ESG na construção civil: é possível garantir sustentabilidade e eficiência
em Estadão, 21/setembro
André Chaves é vice-presidente responsável pela unidade de negócios da Falconi focada em Indústria de Base e Bens de Capital.
A construção civil é um setor com pegada de carbono intensa. Considerando toda a cadeia, da extração dos insumos ao ciclo de vida dos empreendimentos, a área é responsável por cerca de 38% das emissões globais de CO², segundo o relatório da Global Alliance for Buildings and Construction (GlobalABC – 2020).
Entretanto, este cenário vem mudando com a adoção de práticas mais sustentáveis, em conformidade com os princípios de ESG – algo crucial para empresas que buscam se destacar e contribuir positivamente para o futuro.
Com o uso de materiais sustentáveis, redução de resíduos, geração de energia, reuso de água e novos métodos construtivos, essas empresas mitigam os impactos no meio ambiente e alinham suas práticas à postura de consumidores cada vez mais atentos e preocupados com o legado que será deixado para as gerações futuras.
Outro tema importante na esfera ESG diz respeito à dimensão social dos projetos de infraestrutura. A geração de empregos, por exemplo, faz parte do impacto significativo que o setor tem sobre a população em geral. Garantir condições de trabalho cada vez mais seguras e promover a diversidade são aspectos essenciais, sempre havendo espaço para inovar e garantir a adoção de boas práticas.
Externamente, projetos que beneficiam as comunidades locais têm efeito direto na melhoria de sua qualidade de vida. Iniciativas de capacitação para a educação básica e profissionalizante também têm a capacidade de afetar profundamente o futuro dos trabalhadores do segmento.
Vale reforçar que uma governança robusta é vital para evitar crises e garantir a viabilidade econômica a longo prazo. Empresas que adotam práticas transparentes e éticas, como a conformidade regulatória e a diversidade no conselho de administração, contam com a justa confiança de investidores e dos formadores de opinião, reduzindo os riscos percebidos e, consequentemente, o custo de captação de recursos.
O fato é que a integração da pauta ESG na estratégia corporativa não é apenas uma tendência, mas uma necessidade econômica.
A sustentabilidade não é apenas uma preocupação, mas uma oportunidade para construir um futuro melhor para todos. Empresas que adotam essa agenda se mostram mais preparadas para enfrentar os desafios futuros, inovar e se destacar em um mercado cada vez mais competitivo. Indicadores de ESG proporcionam uma base sólida para as construtoras medirem e melhorarem seu desempenho.
Ao monitorar e relatar esses dados, as companhias podem identificar oportunidades, corrigir desvios e alinhar as suas operações com as melhores práticas de mercado.
O futuro da construção civil passa, necessariamente, por uma boa gestão e pela transparência e ética nos negócios. É essencial incorporar práticas ESG desde a conceituação dos projetos, passando pela obra e culminando na operação ou uso dos empreendimentos.
A inovação é outra grande aliada, com novos materiais e tecnologias, ajudando a reduzir o impacto ambiental. Ao unir eficiência e sustentabilidade, o segmento assume seu papel de transformação social.
Com esta conduta, proporciona resultados imediatos como moradia, emprego e renda. Mas o legado é duradouro. Com protagonismo na capacitação de grande parcela da população, o setor tem a possibilidade de construir um novo e próspero futuro para muitos.
Ver online: Estadão