Estudo aponta dados da pequena indústria
em Valor Econômico, 25/novembro
O estudo informa que no segmento de transformação, a ausência de profissionais qualificados foi destacada por 29,8% das empresas, enquanto nas pequenas indústrias da construção, 25% apontaram a carência de mão de obra não qualificada como um obstáculo significativo.
Segundo os dados apresentados no Panorama da Pequena Indústria, relatório publicado no Portal da Indústria, a falta de trabalhadores subiu da terceira para a segunda posição entre os principais problemas enfrentados pelas pequenas indústrias no terceiro trimestre de 2024. O estudo informa que no segmento de transformação, a ausência de profissionais qualificados foi destacada por 29,8% das empresas, enquanto nas pequenas indústrias da construção, 25% apontaram a carência de mão de obra não qualificada como um obstáculo significativo. Ainda assim, a elevada carga tributária manteve-se como o principal entrave, sendo mencionada por 42,5% das indústrias de transformação e 37,5% das de construção.
Conforme informado na publicação, o desempenho médio das pequenas indústrias no terceiro trimestre de 2024 atingiu 47,5 pontos no índice que avalia produção, capacidade instalada e evolução do emprego. Este número é superior à média histórica de 44 pontos e também ao desempenho registrado no mesmo período de 2023, que foi de 45,5 pontos.
O relatório destaca ainda avanços na situação financeira dessas empresas. O índice que mede as condições financeiras alcançou 42,8 pontos, representando um aumento de 1,7 ponto em relação ao trimestre anterior. O estudo aponta que esse resultado está 4,2 pontos acima da média histórica e reflete maior satisfação com margens de lucro e acesso ao crédito, além de uma avaliação mais positiva em comparação com 2023, quando o índice ficou em 41,4 pontos no mesmo período.
Entre as preocupações listadas e apontadas no relatório, a falta de trabalhadores qualificados foi problemática para as pequenas indústrias de transformação, enquanto na construção civil, os empresários citaram taxas de juros elevadas como o terceiro maior problema, afetando 24,2% das empresas. Outros desafios incluem a competição desleal e a demanda interna insuficiente, ambos mencionados por cerca de 20% dos respondentes.
José Antônio Valente, diretor da empresa de aluguel de ferramentas em Diadema Trans Obra afirmou que os dados apresentados no relatório refletem desafios cruciais enfrentados também pelas pequenas empresas da construção civil, que são agravados pela carência de mão de obra, tanto qualificada quanto não qualificada. José Antônio continuou dizendo que essa escassez, apontada por 25% das empresas, representa um entrave significativo à produtividade e eficiência no setor. “Para mitigar esse impacto, alternativas como o aluguel de ferramentas em Diadema, atividade central desta unidade da empresa, podem ser uma solução estratégica, permitindo acesso facilitado a equipamentos essenciais, como betoneiras, máquinas de corte e até mesmo equipamentos de grande porte como máquinas da linha amarela, sem a necessidade de altos investimentos iniciais na compra de equipamentos, principalmente na indústria da construção civil”.
Em termos de confiança, o estudo publicado mostrou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das pequenas indústrias permaneceu estável em outubro de 2024, registrando 51,9 pontos. Embora tenha caído 0,1 ponto em relação a setembro, o indicador se manteve acima da linha divisória dos 50 pontos, sinalizando otimismo.
O relatório apresentou dados do Índice de Perspectivas, que avalia a visão dos empresários para os próximos seis meses, também se manteve estável, indicando que as pequenas indústrias continuam esperançosas sobre o futuro, apesar das dificuldades persistentes.
Perguntado sobre o relatório, José Antônio disse que a melhora no desempenho médio das indústrias para 47,5 pontos no índice que avalia a evolução do emprego e produção demonstra que, apesar dos desafios, o setor está buscando formas de se adaptar e crescer. “O acesso ao crédito e melhores margens de lucro, conforme destacado, podem viabilizar ainda mais a locação de máquinas e ferramentas, reduzindo custos e aumentando a eficiência das operações”.
José Antônio disse ainda que em um cenário marcado por dificuldades como a elevada carga tributária e taxas de juros, a locação se torna uma prática eficiente para manter a competitividade e atender à crescente demanda no setor da construção civil.
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