Pesquisas mostram mercado imobiliário confiante no Brasil e sinalizam retomada

em A Tribuna, 31/agosto

Mais de 52% dos empreendedores estão prontos para novos lançamentos.

O bom desempenho das vendas de imóveis novos no Brasil tem deixado o setor imobiliário otimista para os próximos meses. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ouviu aproximadamente 600 empresários em todo o País durante o mês de julho e mostrou que 52,4% deles estão confiantes para novos lançamentos e serviços nos próximos seis meses. Além disso, 54,6% deles estão otimistas quanto ao nível de atividade do setor.

Os números fazem parte de um levantamento apresentado pela economista-chefe da Câmara Brasileira da Industria da Construção, Ieda Vasconcelos, durante a 11ª edição do Summit da Construção Civil, realizado pelo Grupo Tribuna na última segunda-feira em Santos.

"Desde janeiro de 2024, o índice de confiança do empresário da construção permanece em patamar elevado, com expectativas positivas para o nível de atividade, novos empreendimentos, compras de matérias-primas e número de empregados”, afirmou Ieda.

Segundo a economista, as novas condições do programa Minha Casa, Minha Vida e as expectativas positivas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são alguns fatores que explicam o resultado.

Abrainc

Diretor de Assuntos Econômicos da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Renato Lomonaco esteve à frente do Painel Panorama do Mercado Imobiliário e concorda com o cenário de otimismo.

Segundo ele, melhorias contínuas no programa Minha Casa, Minha Vida têm impulsionado contratações ao longo deste ano. De acordo com Lomonaco, no segundo trimestre de 2024, foram vendidas 159 mil unidades, volume 40% maior que o registrado no mesmo período de 2023.

Além disso, uma pesquisa realizada no segundo trimestre deste ano pela Deloitte, a pedido da Abrainc, indicou que 86% dos empresários pretendem adquirir terrenos nos próximos 12 meses e 93% pretendem lançar imóveis no mesmo período.

“Esses números têm uma relação grande com a melhora na economia. Mesmo ainda em patamares elevados, as taxas de juros vêm caindo e o desemprego vem diminuindo, o que aumenta a intenção de compra dos consumidores e faz crescer a confiança no setor”, completa o executivo.

Índice atualizado

No final de julho, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou para 3% a sua previsão de crescimento econômico do setor para 2024. No fim de março, a CBIC já havia elevado de 1,3% para 2,3% seu prognóstico para alta da construção para o período. O índice fica acima das previsões de 2,43% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano.

Vendas e lançamentos sobem no primeiro semestre

As vendas e os lançamentos de imóveis residenciais no Brasil subiram no 1º semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023. É o que mostra levantamento divulgado pela Confederação Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Durante o primeiro semestre de 2024, o total de unidades lançadas subiu 5,7% (em relação ao mesmo período do ano passado), totalizando 149.487 novos imóveis. Enquanto isso, as vendas tiveram um aumento de 15,2%, levando a uma diminuição das unidades em estoque. Atualmente, segundo a CBIC, existem 274 mil unidades disponíveis para venda no Brasil, uma queda de 11,5% em relação ao primeiro semestre de 2024.

Segundo o levantamento de Indicadores Imobiliários Nacionais de 2024, referente ao 2º trimestre do ano, as vendas alcançaram um patamar recorde na série histórica do indicador, elevando o acumulado dos últimos 12 meses para 353,95 mil unidades. Somente no segmento do Minha Casa, Minha Vida, as vendas subiram 46% na comparação com o segundo trimestre de 2023 e 37% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

O que esperar para o 2º semestre de 2024?

Alguns fatores ajudam a justificar a expectativa mais positiva para o ano:

  • Mercado de trabalho nacional continua com resultados positivos: de janeiro a maio de 2024, o País gerou 1,089 milhão de novos empregos com carteira de trabalho assinada. A taxa de desemprego, que era de 8,3% entre março e maio de 2023, passou para 7,1% em igual período de 2024.

-* O Índice de Confiança do Empresário da Construção permanece em patamar elevado, com expectativas positivas para nível de atividade, novos empreendimentos, compras de matérias primas e número de empregados.

-* As novas condições do programa Minha Casa, Minha Vida e as expectativas positivas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

-* As obras de reconstrução do Rio Grande do Sul podem gerar efeito mais positivo no setor.


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