Região Portuária começa a receber novos moradores
em Extra, 26/janeiro
A entrega das chaves dos primeiros projetos concluídos gera movimento de pessoas, o que deve atrair novos negócios como serviços e comércio.
O Centro e a Região Portuária do Rio estão ganhando novos ares com a conclusão dos empreendimentos vendidos na planta e retrofitados. Depois de um boom de lançamentos, as construtoras começam a entregar as chaves dos imóveis levando uma pegada mais residencial para o local. A expectativa é que novos negócios cheguem a reboque.
A Cury Construtora entregou no ano passado o Praia Formosa, primeiro empreendimento que lançou nessa onda de novos projetos no Porto. Mauá, o segundo, está passando pela última etapa antes de ser entregue aos futuros moradores. O Cais do Valongo, terceiro condomínio lançado na região, tem entrega prevista para o mês que vem. Os três projetos somam 1.240 novas unidades, o que cria um potencial de movimentação incomparável ao que se vê hoje na área, afirma Leonardo Mesquita, vice-presidente da empresa.
— O Praia Formosa já está ocupado, mas há ainda unidades sendo reformadas pelos moradores. Com finalização das entregas ainda neste ano, essa movimentação será fortalecida e consolidada no ano que vem. Nos próximos três anos, somaremos 13 empreendimentos lançados na Região Portuária, com mais de oito mil unidades. A expectativa é que isso traga uma mudança significativa para todo o entorno daquela área — comenta.
Mesquita garante que, assim como muitos, está ansioso para ver essa transformação acontecer, o que deve se dar no médio prazo. Na avaliação dele, pequenos e médios empreendedores costumam investir em novos estabelecimentos comerciais e de serviços quando já há uma movimentação consolidada que sustente seus negócios.
No Centro, especificamente, a Cury pretende entregar, ainda neste ano, o Vargas, que terá 360 unidades. O projeto está localizado numa das principais avenidas da cidade: a Presidente Vargas.
O Casa Mauá Residencial foi um case de sucesso no Centro, com 95% das 223 unidades vendidas em apenas seis horas de lançamento, no ano passado. Na época, os apartamentos de cerca de 16 a 42 metros quadrados foram comercializados a partir de R$ 169,9 mil. O projeto de retrofit já foi entregue, e hoje o empreendimento está 100% vendido, o que tem ajudado a diversificar o público do bairro, acredita Marcelo Naidich, gestor do Opportunity FII.
As unidades foram entregues com bancada na cozinha, armários planejados e banheiros com espelho, metais e box blindex. O empreendimento tem lazer na cobertura com piscina, churrasqueira e academia, além de segurança e itens de conveniência, como lavanderia, espaço delivery, bicicletário, depósitos privativos, oficina compartilhada, vending machine e espaço multiúso com área gourmet.
— No Casa Mauá, observamos um público formado por jovens casais, funcionários públicos, advogados, professores e investidores. São pessoas que querem estar mais perto de tudo, não só do trabalho como também das opções de lazer e cultura da região. No entorno, podemos observar moradores e turistas circulando. A procura por imóveis no empreendimento acontece o ano inteiro — diz Naidich.
Quem está fazendo a administração desse e de outros condomínios no Centro é a startup Lobie. O CEO da empresa, Ernesto Otero, observa que a rentabilidade de investidores que apostaram na região tem sido expressiva. O perfil é diversificado, incluindo desde profissionais liberais até grandes investidores.
— O Centro está ganhando rapidamente espaço na preferência dos investidores. Embora ainda esteja atrás de bairros da Zona Sul em valores dos imóveis, já supera outras regiões em retorno percentual sobre o investimento, com um potencial de valorização que atrai cada vez mais atenção — afirma Otero.
Novos projetos estão na mira do mercado
Entorno da Praça Mauá e Santo Cristo serão focos dos próximos lançamentos
Depois de lançar o Sal, na boêmia Pedra do Sal, o Grupo CTV, em parceria com a Pilar Capital, pretende investir em outro projeto de retrofit na região. A empresa comprou recentemente o prédio que abrigou a Companhia Docas do Rio de Janeiro, na Rua do Acre.
O edifício de 12 andares vai se transformar em um residencial com cerca de 160 unidades entre estúdios e doisquartos, além de lojas. O condomínio terá também lazer na cobertura e segurança 24 horas.
— Continuamos a prospectar terrenos no Centro por entender que a região está cada vez mais valorizada — afirma Felipe Videira, CEO do Grupo CTV. A RJDI Desenvolvedora prevê lançar até maio próximo um outro residencial no Centro, em parceria com a W3 Engenharia. De acordo com Jomar Monnerat, sócio da empresa, o empreendimento terá 58 unidades, de estúdios a apartamentos de dois quartos. O lazer do condomínio também será na cobertura.
— Esse é o nosso primeiro projeto no Centro e já estamos estudando outros terrenos na região — adianta Monnerat.
A Calper também vai lançar neste ano um retrofit em Santo Cristo. O prédio já foi sede da Escola de Magistratura e da Secretaria Estadual de Educação e será transformado em um residencial de 20 andares e cerca de 300 unidades.
— Projetamos um residencial de estúdios que deverão ter entre 25 e 33 metros quadrados — informa Ricardo Ranauro, CEO da empresa. O valor do metro quadrado é estimado entre R$ 8 mil e R$ 10 mil.
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