Vendas de imóveis cresce no primeiro trimestre de 2024 e o mercado de consórcios imobiliários acompanha a curva ascendente, expande 12%

O economista Fabio Ongaro, também CEO da Energy Group e especialista no setor de consórcios estruturados, aponta que "há uma mudança cultural em andamento, direcionando operações de portes maiores".

De acordo com Pesquisa Raio-X FipeZAP, 11% dos respondentes da amostra relataram ter adquirido ao menos um imóvel ao longo dos últimos 12 meses. No comparativo com o trimestre anterior, esse percentual cresceu em média 11%. Além disso, 40% dos entrevistados pretendem comprar imóveis nos próximos três meses, sendo que 90% responderam que o objetivo de uso é moradia.

Dentro deste contexto economicamente promissor para o setor imobiliário brasileiro, os consórcios também se mostram uma alternativa atraente para a aquisição de imóveis, com dados recentes confirmando o crescimento expressivo dessa modalidade de investimento. Fabio Ongaro, economista e CEO da Energy Group, controladora da X1 Solutions, relatou um aumento de 27% nas aquisições de consórcios já no primeiro trimestre de 2024, ancorado pelo segmento de imóveis, evidenciando o potencial de expansão desse mercado.

O economista avalia que “no início deste ano, o setor de consórcios manteve a tendência de alta, comparando com 2023, embora as taxas de crescimento não tenham sido tão elevadas como no ano passado. Isso porque os números foram muito expressivos frente a 2022. Agora, com projeções de queda de juros, há uma competitividade maior entre os financiamentos. Além disso, continuamos expandindo porque o instrumento do consórcio tornou-se mais comum para quem busca algum tipo de financiamento através de mecanismos não tradicionais”, analisa Ongaro.

Outro fator interessante, segundo o Ongaro, é que o consórcio alavancou os segmentos de imóveis, automóveis e veículos pesados com mais de 50% do volume global no primeiro trimestre. “O número de cotistas está crescendo e, de forma mais expressiva ainda, está aumentando o volume de créditos. Portanto, o ticket médio para a operação de consórcios está subindo, indicando para uma mudança cultural importante na economia. Antigamente, o consórcio era destinado para bens de baixo valor. Agora, está sendo direcionado para operações de portes maiores, tanto no mercado imobiliário quanto no segmento automotivo”, explica o CEO da Energy Group.

De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o Sistema de Consórcios atingiu o patamar de R$ 77,2 bilhões no acumulado do primeiro trimestre de 2024, um aumento de 12% nos negócios comparando com o mesmo período do ano passado, que foi de R$ 68,95 bilhões. O volume de créditos comercializados por consórcios imobiliários em 2023 atingiu a marca de R$ 45,6 bilhões, um crescimento de 18,2% em relação a 2022.

Ongaro, que é especialista e atua no setor há mais de 20 anos, aponta cinco vantagens do modelo de investimento em consórcios imobiliários. São elas:

– Acesso a Bens de Alto Valor sem Juros: um dos principais atrativos do consórcio é a baixa incidência de juros, diferentemente dos financiamentos tradicionais. No consórcio, os participantes pagam uma taxa administrativa, que costuma ser significativamente inferior aos juros cobrados em empréstimos e financiamentos.

– Flexibilidade de Uso do Crédito: quando o cliente é contemplado, ele pode utilizar o valor para adquirir qualquer bem dentro da categoria do seu grupo de consórcio, seja ele novo ou usado. Além disso, em alguns casos, é possível utilizar a carta de crédito para serviços, como reformas.

– Planejamento Financeiro e Disciplina: o compromisso com o pagamento das parcelas deve ser mensal e essa característica contribui com a educação financeira dos participantes, incentivando a disciplina de poupança a longo prazo.

– Possibilidade de Antecipação da Contemplação: através de lances, seja com recursos próprios ou utilizando uma parte da própria carta de crédito, os participantes têm a possibilidade de serem contemplados antes do término do plano. Isso oferece uma certa flexibilidade e pode ser uma estratégia para quem deseja adquirir o bem mais rapidamente.

– Segurança e Regulação pelo Banco Central: o sistema de consórcios no Brasil é regulado e fiscalizado pelo Banco Central do Brasil, o que oferece uma camada de segurança aos participantes. Essa regulamentação ajuda a garantir a transparência das operações e a solidez das administradoras de consórcio.

Além desses benefícios, é importante destacar que o consórcio pode ser uma excelente opção para quem não tem urgência na aquisição do imóvel e prefere acumular recursos de maneira planejada, evitando endividamento. Contudo, como em qualquer investimento ou compromisso financeiro, é fundamental pesquisar e escolher uma administradora de consórcios confiável e bem avaliada no mercado.