Aluguel residencial no Rio de Janeiro cresce acima da inflação

em Diário do Rio, 10/fevereiro

Mesmo com preços em alta, demanda segue intensa, especialmente em bairros como Copacabana, Grajaú e Botafogo.

O mercado de aluguel residencial no Rio de Janeiro registrou um crescimento de 13% em 2024, segundo o estudo mensal da administradora de imóveis APSA. O aumento foi bem acima da inflação do período, que ficou em 4,83%.

Em dezembro, o valor médio do metro quadrado para locação chegou a R$ 49,79, representando um avanço de 2,73% em relação ao mês anterior. O levantamento analisou aproximadamente 6 mil ofertas de apartamentos de 1 a 3 dormitórios em 17 bairros da cidade.

Dos bairros estudados, 10 apresentaram alta no preço do metro quadrado em dezembro, com destaque para Copacabana e Botafogo, que registraram os maiores acréscimos, de 3,96% e 2,47%, respectivamente.

No mês de janeiro, o Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, divulgado nesta segunda-feira, apontou que os novos contratos tiveram um aumento de 2,59% em janeiro, em comparação com dezembro. Com isso, o preço médio do metro quadrado na capital fluminense chegou a R$ 43,31, registrando o maior crescimento para um mês de janeiro desde 2020.

Alta demanda e cenário econômico impulsionam mercado

O mercado de locação no Brasil vive um período de aquecimento, resultado de fatores econômicos, demográficos e culturais que influenciam o comportamento dos brasileiros em relação à moradia. Segundo o Secovi Rio, a demanda por imóveis para aluguel aumentou 61% desde a pandemia, enquanto a oferta disponível caiu 44%.

A elevação da taxa Selic, que dificulta o financiamento imobiliário, também impulsiona a busca por aluguéis. Com juros elevados, muitas pessoas optam por manter seus recursos aplicados em fundos de renda fixa em vez de investir na compra de um imóvel.

“Em um ambiente de juros altos, muitos preferem manter seus recursos aplicados em investimentos mais rentáveis, como fundos de renda fixa, em vez de comprometer capital na aquisição de imóveis. Além do contexto econômico, as mudanças nos arranjos familiares e nas preferências de estilo de vida também têm impulsionado a demanda por aluguéis. Nesse contexto, o aluguel deixa de ser uma opção temporária e passa a ser visto como uma escolha estratégica, mais alinhada com as novas prioridades de vida”, explica Flávio Olimpio, gerente de locações da APSA.


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