Apartamentos de luxo têm alta liquidez em Salvador
em Valor Econômico / Imóveis de Valor, 29/novembro
No mercado imobiliário da capital baiana, imóveis novos nos bairros mais desejados e retrofit de prédios históricos são vendidos em apenas poucas semanas.
Imóveis novos de luxo têm evaporado das prateleiras no mercado imobiliário de Salvador — e a culpa não é do calor. As vendas aceleradas devem-se à demanda por produtos de altíssima qualidade, que se destacam pela originalidade do projeto ou pela localização desejada.
Segundo a consultoria Brain Inteligência Estratégica, o mercado imobiliário baiano tem ido bem: registrou crescimento de 38% em lançamentos entre janeiro e agosto, com quase oito mil novas unidades, na comparação com 2023.
E a performance impressiona mesmo quando o foco é o altíssimo padrão. A Moura Dubeux, maior incorporadora do Nordeste brasileiro, tem investido forte no segmento naquela cidade.
Em julho do ano passado, lançou o projeto de reconversão para moradia do célebre hotel Bahia Othon Palace, inaugurado em 1975, no bairro de Ondina. O bloco manterá o aspecto arquitetônico original, mas ganhará novo nome: Infinity, com estúdios e apartamentos de um e dois dormitórios, entre 35 e 128 metros quadrados.
Anexo a ele, um projeto residencial novo será erguido, além de um corporativo-butique, bem diante da Avenida Oceânica. Mas a joia da coroa é o Mansão Othon Luxury Residences, em uma borda do terreno com vista para o mar. “Nesse módulo, lançamos 32 mansões de 572 metros quadrados e vendemos tudo em dois meses”, lembra Fernando Amorim, diretor da Regional da Moura Dubeux em Salvador. O valor de cada unidade chegou perto de R$ 10 milhões.
O “problema bom” é ressaltado pelo CEO da companhia, Diego Villar: “Nosso maior desafio em Salvador é repor o estoque desses produtos. A velocidade de vendas é a mais alta entre todas as capitais em que atuamos”, afirma.
Segundo Amorim, havia uma demanda por apartamentos com plantas generosas, de cinco suítes. O fato de ser em um prédio histórico também ajudou a acelerar as vendas. “O soteropolitano guarda uma memória afetiva do Othon, que faz parte da paisagem da cidade. A decisão de fazer retrofit, mantendo sua forma original, repercutiu muito bem entre os compradores”, diz.
Os dois executivos esperam repetir o sucesso em 2025, com o projeto de requalificação do antigo Hotel Pestana, no bairro do Rio Vermelho, previsto para ser lançado no primeiro semestre. “É uma propriedade única, debruçada sobre o mar, em um terreno de quase 30 mil metros quadrados. Lá, vamos manter a estrutura original do prédio e refazer todo o restante. E ainda criaremos um residencial anexo, o Cyano, com apartamentos mais amplos”, explica Villar.
Outro player local que tem vendido rapidamente seus projetos é a OR. Um dos cases de sucesso é o condomínio Montvert, no Horto Florestal, que teve todos os apartamentos vendidos em 40 dias. O projeto privilegia o lazer completo e conta com quadras poliesportiva, de tênis e beach tennis, piscinas, salões de festas imensos, espaço gamer para a criançada e um bar com pista de boliche.
O Montvert tem ainda uma alameda de lojas, bar e restaurante, que fica em uma esquina do terreno e é aberta ao público. “Foi uma contrapartida para o bairro que deu muito certo, além das 1,5 mil mudas que plantamos na vizinhança”, diz Daniel Sampaio, diretor-superintendente da Regional Bahia.
Neste ano, a nova aposta da OR é o Legacy, no Caminho das Árvores. O bairro, criado pela própria empresa nos anos 1970, passa agora por uma reorientação para o alto padrão. “O futuro empreendimento terá a torre mais alta de Salvador, com 54 pavimentos e mais de 180 metros”, conta Sampaio. Ainda em construção, o Legacy já está com todas as 130 unidades vendidas.
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