Imóveis residenciais tiveram alta em procura e vendas no quarto trimestre

em Monitor Mercantil, 7/março

Minha Casa, Minha Vida deve seguir aquecido no período entre três e 12 meses, dada a perspectiva de ampliação do crédito no segmento econômico.

O mercado de imóveis residenciais encerrou o último trimestre de 2023 consolidando a tendência de crescimento do segmento Minha Casa, Minha Vida, com alta nos indicadores de procura e de vendas deste segmento. É o que revela a nova edição do Indicador de Confiança do setor Imobiliário Residencial, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Deloitte, que analisa o desempenho do setor no quarto trimestre de 2023.

O segmento de médio e alto padrão (MAP) esboçou nova manutenção, se comparado com o terceiro trimestre de 2023, com perspectiva de seguir neste cenário por, pelo menos, mais um período. Os preços, em geral, mantiveram sua trajetória ascendente. As expectativas iniciais para 2024 indicam otimismo para Minha Casa, Minha Vida e um cenário mais conservador para MAP, dado que mais de um terço dos executivos que trabalham com esse segmento não pretendem adquirir terrenos para novos empreendimentos no período.

O cenário de procura e vendas de imóveis se manteve positivo no quarto trimestre, influenciado pelo recuo da taxa de juros e pelo mercado favorável ao Minha Casa Minha Vida. O segmento MAP, por outro lado, registrou manutenção no último período do ano. Para os próximos três a 12 meses, é esperado que o Minha Casa, Minha Vida permaneça aquecido, dada a perspectiva de ampliação do crédito no segmento econômico, a possibilidade de aumento real da renda per capita e a continuidade nos cortes da Selic, com projeções de 9% a.a. para 2024. Ainda, todos os executivos que participaram da pesquisa planejam lançamentos no período. Para MAP, porém, as expectativas são mais comedidas para a aquisição de terrenos.

Luiz França, presidente da Abrainc, destaca a resiliência do setor imobiliário em 2023 diante dos desafios das elevadas taxas de juros. Ele aponta que “a expectativa otimista para o Minha Casa, Minha Vida reflete as medidas implementadas pelo novo programa habitacional, que possibilitaram um crescimento de 47% nos financiamentos do Minha Casa, Minha Vida no ano passado, em comparação com 2022. No entanto, para o MAP, houve uma queda no estoque de imóveis ao longo do ano, o que abre oportunidades para as empresas aumentarem o volume de lançamentos em 2024.”

França ressalta que a alta taxa de financiamento no SBPE continua sendo um entrave para esse segmento e espera que, com novas reduções da Selic, ocorra uma diminuição nas taxas de financiamento e um aumento da procura por investidores interessados em adquirir imóveis.

No acumulado do ano, o índice cresceu 27% em relação a 2022. Para 2024, a expectativa é que o indicador continue aumentando – o índice do custo da construção teve leve alta de 0,23% em janeiro de 2024, após elevação de 0,26% no mês anterior, acumulando expansão de 3,23% em 12 meses.

No último trimestre de 2023, a taxa Selic manteve a trajetória de queda iniciada no período anterior, mas ainda registra dois dígitos. Mesmo com o início dos cortes da Selic, o segmento de médio e alto padrão só deve apresentar recuperação nos próximos meses. Por outro lado, já é possível observar um crescimento acentuado do segmento econômico (Minha Casa, Minha Vida), diante da redução no custo do crédito, bem como devido aos benefícios governamentais do programa.

A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 31 de janeiro e contou com a participação de 44 empresas construtoras e incorporadoras do setor imobiliário residencial, divididas nos seguintes segmentos: 32% Minha Casa Minha Vida, 20% Médio e Alto Padrão (MAP) e 48% atuantes em ambos os segmentos.

Já o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em fevereiro de 2024, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) apresentou um aumento de 1,79%, evidenciando uma desaceleração comparada ao avanço de 4,34% observado em janeiro. Apesar dessa diminuição no ritmo de crescimento, a taxa anualizada experimentou uma elevação, atingindo 8,38% em fevereiro de 2024. Isso representa um incremento de 0,78 ponto percentual em relação aos 7,60% verificados em janeiro de 2024.

Em janeiro e fevereiro, o Ivar desacelerou significativamente em Porto Alegre, de 9,86% para -3,90%, e moderadamente em São Paulo, de 3,66% para 2,95%. Em contraste, no Rio de Janeiro, a variação mensal cresceu para 3,63%, e em Belo Horizonte, ascendeu a 6,41%.

A taxa interanual acelerou em todas as cidades analisadas. No Rio de Janeiro, a taxa anual saltou de 8,10% para 8,64%. Em Belo Horizonte, observou-se um avanço de 10,55% para 11,01%. Porto Alegre viu sua taxa anual acelerar de 7,44% para 8,36%, enquanto São Paulo experimentou um aumento de 5,73% para 6,61%.


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