Mulheres na construção civil: avanços e desafios

em D Ponta News, 24/abril

Cada dia mais a mulher conquista a equidade no mercado de trabalho. E em uma das áreas historicamente dominadas pela presença masculina, a da construção civil, elas também têm ganhado relevância e espaço. Rompendo barreiras e superando preconceitos e dificuldades, entre 2007 e 2018 elas responderam por um aumento de 120% na sua presença no setor, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse crescimento é resultado da expansão da construção civil no Brasil nos últimos anos. Em 2021, o PIB do segmento cresceu 8%, conforme o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com isso, a necessidade de profissionais cresceu e novas oportunidades surgiram para o público feminino, que tem agarrado a chance de se tornar cada vez mais presentes nos canteiros de obras.

Atualmente, as mulheres têm atuado nas mais diversas atividades da construção civil. São engenheiras e arquitetas, mas também pedreiras, serventes, carpinteiras, ajudantes de obras, técnicas em edificações e segurança do trabalho, entre outras funções. E, por serem, em geral, bastante detalhistas, possuem um olhar crítico e atencioso e estão sempre focadas. Com tantas qualidades, elas têm se destacado pela eficiência no serviço prestado.

Qualificação profissional constante

Em média, essas profissionais dedicam um tempo maior em qualificações e capacitações. Apesar de ainda serem minoria nos cursos de engenharia civil, esse cenário tem mudado ao longo dos anos.

Em um âmbito geral, enquanto os homens possuem um tempo médio de estudo de 7,9 anos, as mulheres apresentam 8,1 anos, segundo o IBGE.

Outro ponto importante é que muitos homens ingressam no ramo da construção civil por falta de opção, ao passo que as mulheres o fazem para buscar oportunidades de uma melhor remuneração, benefícios e segurança, bem como para fugir de funções tradicionalmente ocupadas por esse público, combatendo, assim, a discriminação.

Desafios para avançar

Os avanços são claros; afinal, já são mais de 200 mil mulheres no setor, de acordo com o Painel da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2020, do Ministério do Trabalho. Porém, o preconceito e a falta de espaço no mercado de trabalho persistem. Em 2015, elas respondiam por 30,3% das matrículas em cursos de engenharia civil, mas somente 26,9% conseguiram espaço no mercado.

Nesse sentido, é preciso melhorar a mentalidade dos empregadores do setor sobre a capacidade, a formação e as vantagens de se aumentar o número de mulheres nos canteiros de obras. Além disso, deve-se adotar processos seletivos com foco no potencial, na capacitação profissional e no valor que elas podem agregar à empresa.

Como contribuir para mais inclusão?

Existem diversas organizações que atuam na capacitação e inclusão de mais mulheres na construção civil. Costurar parcerias com essas entidades também pode contribuir enormemente para o processo de inclusão.

Ademais, é essencial preparar o ambiente para recebê-las. Vestiário feminino, uniformes e equipamentos de segurança, além de trabalho com enfoque na conscientização sobre o respeito às mulheres podem ser diferenciais da empresa. E, após a sua integração, cabe incentivá-las a seguirem se capacitando e valorizar os serviços por elas prestados.

Conheça o Sebrae Delas, programa de aceleração que busca fomentar e profissionalizar práticas empresariais e políticas públicas para valorizar as competências, comportamentos e habilidades das mulheres empreendedoras. O programa promove ações e oferece meios para incentivar o empreendedorismo feminino.


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