Porto Maravilha recebe este mês primeiros moradores de novos residenciais: solteiros e jovens de 30 a 40 anos são maioria

em O Globo, 8/agosto

Chaves serão entregues aos proprietários no próximo dia 27.

O produtor de locações Rodrigo dos Santos Gomes, de 43 anos, e a assistente administrativa Priscila Alves Fernandes de Oliveira, de 32, estão em clima de contagem regressiva. O casal comprou um apartamento na planta, no 10º andar do condomínio Praia Formosa, no Santo Cristo, uma das 470 unidades oferecidas no lançamento, em junho de 2021. Agora, deve receber as chaves no dia 27. O bloco prestes a receber moradores é um dos três que compõem o Rio Wonder, o primeiro residencial — dos 12 em construção — a ficar pronto no Porto Maravilha.

O prédio recebeu o habite-se, documento que atesta a conclusão da construção, além da sua adequação às normas vigentes. A próxima etapa será a assembleia de instalação do condomínio. A eleição do síndico, cuja convocação começou ontem, acontecerá de forma virtual entre os dias 16 e 20. Todas as unidades do Praia Formosa foram vendidas em menos de um mês. O mesmo aconteceu com o edifícios Mauá e Cais do Valongo, também no Rio Wonder, e os próximos a serem entregues. Cada um tem 377 unidades, e o Mauá inicia a fase das vistorias no dia 26.

Próximos planos

Ontem, Rodrigo e Priscila entraram pela terceira vez no apartamento de dois quartos e 44 m² de área construída, incluindo a varanda. O imóvel, que custou R$ 260 mil, foi financiado em 35 anos. Assim que receberem as chaves em definitivo, pretendem fazer obras para deixar tudo ao gosto do casal, que mora com o filho, Rhuan, de 11 anos, e Rhenan, de 21, fruto de relacionamento anterior do produtor.

—A mudança vai depender do andamento das obras de adaptação, que devem durar cerca de um ano. Antes, pretendo começar a usufruir as áreas comuns do condomínio, como piscina e academia — contou Rodrigo, que planeja instalar aparelhos de ar-condicionado, rebaixar o teto, instalar piso de porcelanato na sala e móveis planejados.

A família mora numa casa em Santa Teresa, mas optou pelo Porto Maravilha por segurança e comodidade. Uma parceria da Cury Construtora com a start-up Gabriel permitiu a instalação de 82 câmeras distribuídas por pontos estratégicos da região. O sistema tem a vantagem de gravar imagens em alta resolução, ler placas de carros e fazer reconhecimento facial. Um totem com dois desses equipamentos está instalado na entrada do Praia Formosa.

O condomínio tem 20 andares, pelos quais estão distribuídos 93 estúdios, 19 apartamentos de um quarto, 227 de dois quartos e 131 de dois quartos e suíte. A menor unidade mede 31m² (estúdio) e a maior, 51m² (dois quartos com suíte). Todas têm varanda e há 141 vagas de garagem. As áreas comuns contam com salões de festa, academia, quadras de esportes, piscinas, cine open air, foodtruck e churrasqueira, entre outros serviços.

—Além das comodidades que o morador terá da porta do condomínio para dentro, a Cury tem trabalhado para agregar outros valores ao projeto de incorporação — afirma Sabrina Ribeiro Garcia, diretora de operações e relacionamento com clientes, citando uma praça construída ao lado do residencial, as câmeras de monitoramento e o plantio de 60 árvores adultas no entorno.

O movimento para dar ao lugar aspecto de bairro consolidado inclui a instalação de uma travessia de pedestres calçada e arborizada até a estação Praia Formosa do VLT, que fica a 5 minutos de caminhada.

O perfil dos compradores reúne casais com filhos e pessoas solteiras. A faixa etária predominante está na casa dos 30 e 40 anos. A advogada Fernanda Paes Sales, de 40, moradora do Humaitá, na Zona Sul, comprou um estúdio no 13º andar, ainda no lançamento, por R$ 190 mil. A ideia era que a mãe dela, de 72, fosse morar lá. Mas ela optou por continuar na Glória, onde vive. Isso fez a filha mudar de planos: a unidade, que vai ser ocupada provisoriamente por um tio de Niterói, virou opção de investimento.

—Vejo a região como um bairro promissor, com fácil acesso à Zona Sul e às áreas de lazer, como o Aterro do Flamengo. Fica perto do BRT, do VLT, que leva ao metrô, próximo do Aeroporto Santos Dumont e a meio caminho do Galeão — lista a proprietária, que só sente falta de mais estabelecimentos comerciais.

Comércio a caminho

Alguns comerciantes já vislumbraram a oportunidade de negócio. É o caso do pequeno mercado instalado no começo do ano na esquina da Rua Santo Cristo. Outros virão com os novos moradores, prevê Aldo Gonçalves, presidente do Clube de Diretores Lojistas e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro.

— Há toda uma expectativa e o pessoal está atento — aposta ele.

Fábio Queiróz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), também assegura que o setor está de olho.

— Os empreendimentos imobiliários serão responsáveis por uma nova onda de investimentos, que engloba diversos serviços, entre eles os supermercados. O setor está em todos os bairros e regiões, não será diferente no Porto Maravilha — garante.

Outro projeto da Cury, o Rio Energy, com 793 unidades, deve ser o próximo residencial a ser entregue a seus moradores, ainda esse ano. A previsão é dezembro.


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