Venda de imóveis novos bate recorde em 2023: crescimento de 32%

em O Globo, 13/março

Mudanças no programa Minha Casa Minha Vida fizeram efeito: houve aumento de 42,2% no número de unidades vendidas.

Dados da Abrainc-Fipe mostram que o mercado imobiliário teve um bom desempenho no ano passado. Segundo a associação, de janeiro a dezembro, houve um crescimento total de 32,6% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado estabeleceu um novo recorde da série histórica iniciada em 2014.

De acordo com a Abrainc, foram 163.108 unidades vendidas e a alta foi puxada tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

No caso do médio e alto padrão, foi de alta de 14% no volume de unidades comercializadas e de 18,9% no valor de vendas. Apesar de uma redução de 9,2% no valor total lançado nesse segmento, há uma indicação clara de uma readequação gradual nos níveis de estoque do Médio e Alto Padrão. Atualmente, a duração da oferta está em 17 meses, contra os 24 meses registrados no início de 2023.

Já no caso do Minha Casa Minha vida, houve aumento no volume de unidades comercializadas (42,2%) e no valor total de vendas ao longo dos doze meses (55,1%). O segmento também registrou um acréscimo significativo de 39,3% no valor de venda dos lançamentos.

Segundo a associação, o "bom resultado do programa reflete as medidas de ajuste para ampliar o acesso das famílias de menor renda à moradia". Em julho do ano passado, o governo anunciou uma série de mudanças no programa, que se chamava Casa Verde e Amarela no mandato de Bolsonaro. Entre eles, aumento do subsídio para aquisição de imóvel; redução dos juros para financiamento de famílias com renda mensal de até R$ 2 mil e o aumento do valor máximo do imóvel que pode ser comprado pela maior faixa de renda.

"Além disso, reforça a necessidade de manter regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário destinado à população de baixa renda, possibilitando a oferta de taxas de juros menores e parcelas acessíveis".

O presidente da Abrainc, Luiz França, disse que a continuidade da redução da taxa Selic em 2024 será um impulsionador significativo para o desenvolvimento desse setor crucial para a economia.

 Com a atual tendência de queda da taxa de juros, é esperado um aumento nas vendas em 2024, tornando a compra de imóveis para investimento ainda mais atrativa. Além disso, observou-se um incremento de 17% nos preços dos aluguéis, fortalecendo ainda mais a procura por ativos imobiliários”, justifica.


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