Cresce número de imóveis vendidos com desconto no país; veja taxa média

em IstoÉ Dinheiro, 15/maio

O número de imóveis vendidos com desconto chegou a 68% no primeiro trimestre deste ano, aponta a pesquisa Raio-X FipeZAP. O percentual é mais alto do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando compradores relataram desconto em 53% das negociações.

Os compradores conseguiram pagar, em média, 11% menos do que o valor anunciado – o que também representa um desconto médio maior do que o registrado nos 3 primeiros meses de 2023 (9%).

O desconto é um impulsionador importante no mercado principalmente no contexto de taxas de juros ainda altas, diz Daniele Akamine, advogada especialista em mercado imobiliário. Essa condição favorável tem impacto no “valor financiado, que se reflete em pagamentos mais baixos ou em uma capacidade maior de pagamento para o comprador”, explica.

O número de pessoas que compraram imóveis no último ano apresentou uma pequena melhora: 11% das pessoas que responderam a pesquisa compraram casa, prédio ou apartamento nos últimos 12 meses. No primeiro trimestre do ano, os compradores representaram 10%.

A moradia motivou a maior parte das compras (6,1 em cada 10). Já quem comprou pensando em investir estava de olho na renda gerada pelo aluguel. Essa opção representou 80% das compras para investimento.

Apesar do aumento, a maior parte dos compradores (74%) ainda considera os preços altos ou muito altos. Imóveis usados dominaram a preferência dos novos proprietários: 6,5 em cada 10 compradores optaram por um imóvel usado.

A pesquisa contou com a participação de 1.247 brasileiros e foi feita entre os dias 08 e 26 de abril. Foram ouvidos compradores de imóveis nos últimos 12 meses, brasileiros que pretendem comprar um imóvel nos próximos três meses e proprietários de imóveis adquiridos há mais de 12 meses.

Otimismo no mercado

O percentual de potenciais compradores (aqueles que querem adquirir um imóvel nos próximos 3 meses) também apresentou um pequeno aumento em relação ao ano anterior, passando de 38% para 40%. Neste grupo, a intenção de morar é ainda mais alta e representa 9 em cada 10 pessoas.

A proporção de potenciais compradores que considera os preços altos ou muito altos diminuiu, passando de 76% no ano passado para 69% este ano.

Akamine avalia que a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, a diminuição da taxa básica de juros e uma percepção de melhora da economia pelos brasileiros ajuda a explicar o tímido otimismo identificado pela pesquisa. Além disso, ele é maior entre os potenciais compradores porque o sentimento de conquista da casa própria ainda é uma aspiração para muitos brasileiros, segundo a advogada.


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