Mais de 60% da área do 23º BPM do Leblon pode ser destinada a empreendimentos imobiliários

em Diário do Rio, 12/novembro

O vereador Alexandre Isquierdo (União) apresentou na Câmara um projeto de lei complementar que, se aprovado, liberaria mais da metade dos 35 mil metros quadrados do terreno para empreendimentos imobiliários.

De olho na valiosa especulação imobiliária do Leblon, mais da metade da área atualmente ocupada pelo 23º Batalhão de Polícia Militar pode ser destinada à iniciativa privada. O vereador Alexandre Isquierdo (União) apresentou na Câmara um projeto de lei complementar (PLC 189/2024) que, se aprovado, liberaria mais de 60% do terreno do batalhão para futuros empreendimentos imobiliários.

A proposta visa revogar a Lei Complementar 162, de autoria do presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD), que estabelece que o terreno do batalhão, “em caso de desativação daquela unidade de Segurança Pública, tem seu uso restrito a abrigar instalações do serviço público e/ou áreas de convivência e lazer para a população”.

Conforme o PLC 189/2024, 12% do terreno atualmente ocupado pelo batalhão será destinado a lotes públicos. Além disso, 20% da área será reservada para uma zona verde e um parque público. A porção restante do terreno poderá ser dividida em lotes privados. Como contrapartida, os empreendedores terão a obrigação de construir as infraestruturas necessárias para o parque público e garantir sua manutenção, conforme estipulado em um Termo de Compromisso.

Esta não é a primeira tentativa de vender a área por órgãos públicos. No ano passado, a emenda de Caiado, incluída no novo Plano Diretor pela Câmara do Rio, foi um grande obstáculo para a venda planejada pelo Estado para fazer caixa. Em 2018, o então governador Wilson Witzel estimou que o espaço valia pelo menos R$ 450 milhões.

Área Valiosa

O terreno de 35 mil metros quadrados, que ocupa quase um quarteirão inteiro, está localizado entre as Avenidas Bartolomeu Mitre e Visconde de Albuquerque, bem próximo ao Jardim Pernambuco e às saídas para a Praça Sibelius e a Auto-Estrada Lagoa-Barra. Atualmente, o Leblon rivaliza com Ipanema pelo título de metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro, flutuando em valores exorbitantes que lideram os preços na América Latina. Em média, o metro quadrado no bairro sai por R$ 22 mil.


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