Imóveis históricos e abandonados têm se tornado problema no Rio de Janeiro

em CBN, 1º/agosto

Um relatório do BNDES aponta 75 imóveis públicos abandonados na Região Central, com 20 deles sem certidão imobiliária.

Imóveis históricos e abandonados têm se tornado um problema cada vez maior na cidade do Rio de Janeiro, com demolições sem estudos e falta de manutenção. Um relatório do BNDES aponta 75 imóveis públicos abandonados na Região Central, com 20 deles sem certidão imobiliária.

Muitos desses imóveis foram ocupados por pessoas em situação de vulnerabilidade social ou estão fechados, abandonados e em estado crítico de deterioração. Além disso, há outros, também históricos, que são vendidos e simplesmente demolidos, sem que haja um estudo que avalie o valor histórico desses imóveis.

José Marconi de Andrade, fundador da SOS Patrimônio, destacou que a situação do patrimônio público na cidade do Rio merece maior atenção. Ele comentou sobre um casarão no número 13 da Rua da Assembleia, do início do século passado, que está prestes a ser demolido

Uma petição pública foi aberta na internet para que a prefeitura impeça essa demolição ou, pelo menos, exija a preservação da fachada do imóvel.

Nesta quarta-feira, uma ação da Justiça do Rio determinou que a Prefeitura deve reformar cinco casas em péssimo estado de conservação, numa vila tombada pelo Patrimônio Público Municipal na Rua do Lavradio, na Lapa.

A decisão da 9ª Vara de Fazenda Pública da Capital deu um prazo de um ano para que o município e os proprietários dos imóveis completem as obras de restauração, preservando a integridade estrutural e as características arquitetônicas dos edifícios.

A ação, movida pelo Ministério Público, destacou que a vila está em estado de deterioração, com construções irregulares e risco de desabamento nos cinco imóveis, tombados pela Prefeitura em 1987.

Uma das construções era usada como ponto de venda de drogas até recentemente. A Polícia Civil realizou uma operação no local no início da semana, prendendo nove pessoas em flagrante.

Marconi conhece bem essa vila e comentou que quem passa pela região sabe que o local já é um ponto tradicional de venda de drogas. Ele ainda ressaltou que a cidade do Rio está deixando de preservar um tipo de patrimônio que poderia atrair ainda mais turistas, assim como acontece na Europa.

Além da restauração, a Justiça também determinou que a Prefeitura desocupe o local em até seis meses, cadastrando os moradores no auxílio habitacional temporário durante o período das obras.

A CBN ainda aguarda um retorno da Prefeitura.


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