Ruas do Leblon e Gávea lideram valorização imobiliária no Rio em 2024

em Diário do Rio, 30/outubro

Avenida Borges de Medeiros atinge valorização de 187% no Leblon; estudo aponta alta nos preços de imóveis em áreas nobres da cidade.

Um levantamento da startup imobiliária paulistana Loft revelou que os bairros do Leblon e Gávea estão entre as áreas com maior valorização imobiliária no Rio de Janeiro entre janeiro e setembro de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. A análise da empresa, que incluiu dados sobre as 700 ruas mais valorizadas da capital, identificou um crescimento significativo nos preços dos imóveis nessas regiões.

A Avenida Borges de Medeiros, no Leblon, destacou-se com a maior valorização, alcançando um aumento de 187% no tíquete médio dos imóveis transacionados, com preços médios que chegaram a R$ 4,32 milhões. Outro destaque do bairro que é o queridinho dos cariocas ligados ao mercado financeiro é a Rua Carlos Góis – do famoso Cine Leblon, onde o preço médio dos imóveis subiu para R$ 5,4 milhões, representando um aumento de 173%.

Na bucólica Gávea, a Rua Major Rubens Vaz também registrou uma alta expressiva de 175%, com valores médios de R$ 4,04 milhões. Fábio Takahashi, gerente de dados da empresa, explicou que as áreas de maior valorização têm características comuns: “As ruas que registraram esses crescimentos estão localizadas em regiões de alta demanda e valorização, com um perfil de imóveis vendidos em 2024 que, em média, é maior do que o do ano anterior.”

O levantamento demonstra uma suposta valorização do ticket médio da Avenida Peregrino Junior, um logradouro relativamente desconhecido na Barra da Tijuca e com apenas 400m de extensão. Mas a superintendente de vendas Lucy Dobbin, da Sergio Castro Imóveis, revela a provável causa de uma rua ainda sem qualquer expressão e com poucos imóveis constar no levantamento, distorcendo-o. Trata-se exatamente do local onde foi feita a maior transação da cidade no século XXI: por R$ 370 milhões foi vendido um terreno de 30 mil metros quadrados no local, que pertencia ao falecido dono do Banco Real, Aloysio Faria. “Com a venda de uma única unidade de 370 milhões, qualquer rua levaria um belo up na sua média de valor de venda“, explica.

A pesquisa, realizada com base nos registros do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) da Prefeitura do Rio, analisou as 300 ruas mais valorizadas, considerando apenas aquelas com pelo menos três transações anuais entre janeiro e setembro de 2023 e 2024. Os registros de ITBI da cidade reúnem dados sobre todas as transações imobiliárias que ocorrera e em que houve pagamento do imposto de transmissão, que é devido sempre que é lavrada uma escritura definitiva de um imóvel. “Não se tratam, portanto, de dados decorrentes de imóveis anunciados, e sim de transações efetivamente realizadas na cidade.”, explica a advogada Alice Castro.


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