Plataforma de financiamento coletivo para imóveis se volta a gestoras

em Valor Econômico, 3/agosto

Companhia começou atraindo pessoa física em projetos de incorporadoras regionais agora quer grandes investidores

A plataforma Urbe.Me, que desde 2015 oferece projetos de incorporação para financiamento coletivo, quer atrair gestoras e se concentrar nos investidores institucionais. A empresa já captou R$ 175 milhões, usados para construir 125 empreendimentos, e aceita investimentos a partir de R$ 1 mil.

Como conta o diretor de operações do negócio, Rodrigo Rocha, o objetivo da plataforma é aproximar o mercado de capitais de incorporadoras regionais, e dar governança para elas. “O mercado de capitais é muito concentrado em São Paulo, as gestoras preferem ficar lá porque é onde conhecem, podem ir ver os projetos”, afirma.

Apesar do foco em pessoas-físicas, a Urbe.Me também recebia aportes de algumas gestoras, e percebeu que o capital institucional facilitava o processo.

O pequeno investidor tem um tíquete médio de R$ 10 mil com a empresa e demanda mais do operacional do negócio, porque costuma entrar em contato com a plataforma mais vezes. “Quando começamos a olhar para o institucional, que já entende do negócio e dos riscos que está tomando, a comunicação é mais fácil”, explica.

Como os aportes dos investidores institucionais são maiores, esse grupo deve ultrapassar em breve os aportes das pessoas físicas. A Urbe.Me ainda tem uma base de 7 mil usuários. Nos últimos 12 meses, a empresa já recebeu R$ 40 milhões de investidores institucionais, e está prestes a quase dobrar esse valor com apenas uma operação. “Faz mais sentido se dedicar ao investidor”, diz Rocha.

Incorporadoras podem cadastrar no marketplace da plataforma os seus empreendimentos que precisam de financiamento. É preciso informar detalhes do projeto, como percentual de obra já realizado, seu fluxo de caixa, dados sobre as vendas, quais são as garantias para quem investir no empreendimento e manter fotos atualizadas.

A Urbe.Me também checa a saúde financeira das companhias, seu histórico de captação (caso já tenha utilizado a plataforma antes) e confere um rating ao projeto. “Fica como vitrine ao mercado de capitais”, afirma Rocha.

A plataforma é parte do grupo gaúcho Ospa, que inclui ainda o sistema de tecnologia de dados imobiliários Place, o escritório de arquitetura e urbanismo Ospa e o instituto Cidades Responsivas.


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