Proptech atrai Domo.VC com tese de digitalizar imobiliárias
em Valor Econômico / Pipeline, 4/julho
Empreendedor mergulhou no backoffice do mercado imobiliário para fundar startup.
O mercado imobiliário parece ser mesmo o lugar onde o empreendedor Roberto Nascimento se sente em casa. Depois de passar pela Zap Imóveis, uma das principais plataformas de busca de imóveis do país, e pela Kzas Krédito, de financiamento para o setor, ele agora quer desenrolar o pós-venda.
Após sair da Creditas, onde ficou por cerca de três anos com a vender da Kzas para a companhia, Nascimento tinha planos de digitalizar os processos burocráticos dentro das imobiliárias — até hoje, em sua maioria, controlados com “pastinhas”. Mas o executivo chegou um tanto tarde: os amigos Danilo Herrero e Olavo Piton Junior, que na época administravam franquias da rede americana de imobiliárias RE/Max, já tinham desenvolvido um sistema semelhante, o embrião da proptech Pipeimob. Resolveu, então, se juntar a eles.
"Eu já tinha um pitch para testar a ideia, mas, durante um evento ouvi falar do Pipeimob. No outro dia, conheci o Olavo e abri o jogo com ele", lembra Nascimento, cujo extenso currículo abriu portas para a sociedade. "A gente estava em busca de resolver a mesma ineficiência. Esses processos de compra de imóveis levam semanas, meses até serem concluídos, até hoje. Por que não posso comprar um imóvel no mesmo dia?"
Ainda em estágio inicial, a Pipeimob acaba de captar R$ 2,5 milhões com a Domo.VC numa rodada pré-seed, uma decisão que, segundo a gestora de venture capital, foi bastante influenciada pelo histórico de Nascimento. "Gostamos muito de startups com ’founder maket fit’ elevado. O Roberto tem conhecimento no mercado imobiliário e é um setor que ainda tem espaço para explorar tecnologia", avalia Felipe Andrade, cofundador e sócio da gestora.
Ainda incipiente, em operação desde o fim do ano passado, a proptech já havia levantado um primeiro cheque de R$ 1,6 milhão com investidores-anjo. Com isso, desenvolveu um dashboard em que o colaborador da imobiliária já consegue visualizar o que foi resolvido, quais são os próximos passos e ter acesso a modelos de contratos, além de se comunicar com cartórios e agentes de financiamento.
Do ponto de vista do comprador e do proprietário, também fica disponível essa visualização e é possível enviar e assinar documentos. Com o novo cheque, o produto vai ficar mais robusto e permitir ganho de escala na operação. Um próximo passo que o novo aporte vai permitir é a implementação de serviços bancários também para o corretor, para o extrato e saque das comissões.
Atualmente, a Pipeimob já conta com serviço de banking, gerando boletos para as transações e cobrando uma taxa quando os negócios são fechados. O modelo, porém, funciona mais como um saas, cobrando mensalidade e uma taxa de onboarding, para a instalação da plataforma e treinamento dos funcionários.
Inicialmente, a plataforma busca atrair players maiores, esperando que naturalmente os demais sigam a chancela. Entre as empresas que utilizam o sistema da Pipeimob já estão a Loft e mais de 100 imobiliárias de seu marketplace, a Lopes e suas franqueadas, além da Auxiliadora Predial, companhia que tem presença relevante no mercado na região Sul e realiza mais de 400 transações por mês.
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