Mercado de escritórios do Rio tem melhor trimestre em cinco anos

em O Globo, 11/outubro

O mercado de aluguéis corporativos do Rio registrou entre julho e setembro o melhor trimestre em cinco anos, um movimento puxado pela prefeitura, que ocupou prédios ociosos há oito anos.

A absorção bruta foi de 73 mil m², enquanto o saldo entre locações e devoluções (absorção líquida) foi de 48 mil m².

No trimestre anterior, a absorção líquida foi de 3 mil m², enquanto no mesmo período do ano passado, o indicador foi de 31 mil m².

A absorção líquida acumulada de janeiro a setembro está em 75 mil m², acima de todo o ano de 2023 e já é o melhor indicador desde 2019.

Do total líquido absorvido no trimestre, 68% coube à Prefeitura, que é a nova inquilina das lajes na Barra da Tijuca concebidas para abrigar a imprensa na cobertura das Olímpiadas de 2016 — e que estavam vagas desde então. Mas a demanda foi positiva em todas as regiões da cidade, com alta mais significativa na Barra da Tijuca, Cidade Nova e Botafogo.

A taxa de vacância fechou o terceiro trimestre em 29,4%, menor índice desde o final de 2016. O preço pedido médio de locação ficou praticamente estável: R$ R$73,58/m²/mês (ante R$73,81 /m²/mês no segundo trimestre). Nas principais regiões de escritórios, a média é levemente superior, fechando em R$ 75,13/m²/mês. As regiões mais valorizadas para locação seguem sendo Zona Sul, Botafogo e Porto Maravilha.

— Salvo haja uma retração na demanda, projetamos nova queda na taxa de vacância, uma vez que não há novos empreendimentos previstos para serem entregues a médio e longo prazos. Entretanto, o volume de oferta segue alto, a forte dependência de poucos setores na demanda como o governamental e de óleo & gás, e a instabilidade político-econômica do país, são fatores que seguem causando incertezas no mercado e dificultando uma recuperação mais robusta — diz Mariana Hanania, diretora de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Newmark.


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