Nova Iguaçu recebe projetos de alto padrão
em Extra, 14/julho
Com quase um milhão de habitantes, município tem demanda de público de renda diversa e entra no radar das construtoras.
Nova Iguaçu está no topo da preferência das construtoras que escolhem a Baixada Fluminense para investir. Chamada de “Leblon da Baixada”, o município reúne uma série de fatores que fazem com que o sucesso de vendas das unidades lançadas seja praticamente certo — entre eles, a diversificação de renda da população de quase um milhão de habitantes.
Há espaço para projetos de médio e alto padrões, mas também para os do segmento econômico, enquadrados no Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O déficit habitacional e o bairrismo dos moradores também são questões levadas em conta pelas empresas.
A Jeronimo da Veiga aportou em Nova Iguaçu em 2015 e de lá não quer mais sair. Iniciou sua história no município com empreendimentos de médio e alto padrões e depois migrou para o econômico. Desde então, foram cerca de 2,3 mil apartamentos lançados.
O primeiro projeto foi o Palazzo Ducale, com 107 unidades de três e quatro quartos com até 200 metros quadrados. Segundo o diretor Comercial da empresa, Maurício Corrêa, existe um nicho de rendas média e alta na cidade que acaba demandando projetos mais sofisticados, com unidades mais espaçosas. São médicos, advogados e profissionais liberais que nasceram no município e querem permanecer lá.
— Todas as unidades do Palazzo Ducale foram vendidas em apenas quatro horas depois do lançamento. Nova Iguaçu tem uma característica forte: os moradores não querem sair de lá. Mas havia falta de projetos de médio e alto padrões na região, e alguns começaram a migrar para a Barra da Tijuca, em busca de condomínios com infraestrutura e lazer completos. Identificamos essa demanda e investimos nesse nicho — explica Corrêa.
Em 2019, chegou a vez do Conceito, totalmente enquadrado na faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida. As 720 unidades foram vendidas “como água”, define Corrêa. Em 2022, veio o Duo London, uma aposta da construtora na chamada faixa 4, que contempla unidades com valores acima do teto do programa.
Em março deste ano, a construtora lançou o Conceito Califórnia, projeto que terá 900 unidades no total (até o momento foram lançadas 540), também dentro da faixa 3 do MCMV. A expectativa é lançar em breve outro projeto do segmento econômico com 320 unidades.
—É uma região próspera para novos lançamentos, mas não deixa de ter seus desafios, como pouca infraestrutura e falta de transporte. Mas há uma boa disponibilidade de terrenos, porque Nova Iguaçu tinha características rurais. Então, há propriedades grandes e que são disputadas também por hipermercados — comenta Corrêa.
A Kadima Construções escolheu Nova Iguaçu para lançar seu primeiro empreendimento no mercado de incorporação: o Tall. O projeto terá uma torre de 20 andares e 160 unidades, todas com dois quartos e varanda gourmet, incluindo quatro apartamentos tipo garden no térreo.
O empreendimento está enquadrado na faixa 3 do MCMV, com apartamentos que custam entre R$ 250 mil e R$ 340 mil. Segundo o diretor da empresa, Rodrigo Roiseman, a previsão de lançamento é em outubro deste ano. As obras devem começar em janeiro de 2025, e a expectativa é que esteja concluído em 18 meses após o início dos trabalhos.
— O bairro que escolhemos para erguer o projeto é familiar e fica próximo ao Centro e a um shopping. A escolha por Nova Iguaçu foi balizada por um estudo de mercado que fizemos, que mostrou ser a cidade o melhor local da Baixada para lançamentos na faixa 3. As pessoas que ascendem economicamente não querem sair do município, mas buscam um upgrade na região, diferentemente do que vemos em outros locais — afirma Roiseman.
Salas comerciais têm mercado no município
Ofertas atraem principalmente a quem mora e trabalha na cidade e quer continuar no local
Além dos residenciais, Nova Iguaçu tem atraído projetos com unidades comerciais. A Atual Engenharia identificou uma demanda potencial por esse tipo de empreendimento e lançou o Top Business Iguassu, que terá 90 salas, no Centro do município. As vendas começaram em agosto do ano passado.
A empresa tem histórico de lançamento no Recreio e não teve dúvidas ao escolher Nova Iguaçu para receber seu empreendimento comercial na Baixada Fluminense.
— Nova Iguaçu tem uma economia independente, com pessoas que moram e trabalham na cidade e não querem sair de lá. Há mais de nove anos não havia lançamentos de um empreendimento comercial no município, o que nos levou a acreditar que existia uma grande oportunidade — relata o CEO da construtora, Raphael Almeida.
Até o momento, 75% das unidades do Top Business foram vendidas a valores que variam de R$ 138 mil a R$ 150 mil. A empresa também está finalizando a compra de dois novos terrenos em Nova Iguaçu, para lançar projetos residenciais.
A ideia é levar o conceito de apartamentos com ‘dimensões otimizadas’, como Almeida chama as unidades tipo estúdio e de um quarto. Os empreendimentos deverão ser enquadrados no limite de preço da faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida.
— Outro fator em que sentimos diferença na cidade são os trâmites de aprovação dos empreendimentos, mais rápidos e mais fluidos do que na cidade do Rio, por exemplo — comentou.
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