Estú­dios inva­dem os lan­ça­men­tos do Cen­tro

em Extra, 22/julho

O sucesso de ven­das em empre­en­di­men­tos da região que ofe­re­cem a tipo­lo­gia incen­tiva o desen­vol­vi­mento de pro­je­tos seme­lhan­tes.

Ten­dên­cia já con­so­li­dada em empre­en­di­men­tos da Zona Sul, os estú­dios vêm con­quis­tando espaço em outras áreas da cidade, prin­ci­pal­mente do Cen­tro e da região por­tu­á­ria, onde uma onda de lan­ça­men­tos ofe­rece essa tipo­lo­gia a pre­ços mais em conta do que os pra­ti­ca­dos em bair­ros mais nobres. Com­pac­tos e ori­gi­nal­mente sem divi­são de ambi­en­tes, os estú­dios atraem os jovens que sonham com a pri­meira mora­dia e os inves­ti­do­res que focam no alu­guel de curta tem­po­rada.

A Cal­çada Empre­en­di­men­tos Imo­bi­li­á­rios mal lan­çou o Bueno Stu­dios Lifestyle e já está com todas as 121 uni­da­des ven­di­das. Serão nove lojas e 112 apar­ta­men­tos entre estú­dios e dou­ble estú­dios — que podem ser des­mem­bra­dos — com pis­cina, vista 360 graus do Cen­tro e para o Cristo Reden­tor no ter­raço. Loca­li­zado na Rua Bue­nos Aires, no Cen­tro, o edi­fí­cio que sediou a Facul­dade Mac­ken­zie é o pri­meiro retro­fit da cons­tru­tora em par­ce­ria com a Mont­ser­rat. A pre­vi­são de entrega é em 2025.

— Ven­de­mos todas as uni­da­des em 24 horas. É nosso pri­meiro pro­jeto com estú­dios no Cen­tro, e a loca­li­za­ção foi essen­cial para esse sucesso — res­salta o dire­tor Comer­cial e de Incor­po­ra­ção da Cal­çada, Bruno Oli­veira.

Atenta ao movi­mento do Cen­tro, a CTV Cons­tru­tora pre­tende lan­çar o Sal, na boê­mia e his­tó­rica Pedra do Sal, na Gam­boa, no fim deste mês. O empre­en­di­mento será fruto de retro­fit de um edi­fí­cio na Rua Saca­dura Cabral, que foi sede do Ins­ti­tuto Esta­dual do Ambi­ente (Inea) e da Cedae. Serão 192 uni­da­des: 163 estú­dios, 23 apar­ta­men­tos de sala e quarto e seis lojas. Valo­res a par­tir de R$ 190 mil.

A ideia é cha­mar a aten­ção de inves­ti­do­res não só pelo tama­nho das uni­da­des com­pac­tas (23 a 35 metros qua­dra­dos), mas tam­bém pelo per­fil do Cen­tro.

Para o gerente Comer­cial do Grupo CTV, Fábio Jan­dre, a região do Porto tem poten­cial para esta­dias de curta dura­ção de turismo ou negó­cios, o que via­bi­liza um pro­jeto com estú­dios.

— A região é muito turís­tica, por isso, pen­sa­mos no Sal como um pro­jeto vol­tado para inves­ti­do­res, e a deci­são de ofe­re­cer estú­dios está atre­lada a isso tam­bém. As ven­das come­çam em 25 de julho, mas já aten­de­mos no estande um pequeno número de pes­soas inte­res­sa­das em com­prar para morar — diz Jan­dre.

O pri­meiro pro­jeto da Cury Cons­tru­tora com estú­dios foi lan­çado em março de 2021 e foi um sucesso de ven­das: o Alto São Cris­tó­vão. Depois vie­ram os empre­en­di­men­tos da região por­tu­á­ria, lan­ça­dos em sequên­cia nos últi­mos anos. São pro­je­tos que ofe­re­cem um mix de uni­da­des: de estú­dios a apar­ta­men­tos de três quar­tos.

— Ape­sar do his­tó­rico de grande sucesso dessa tipo­lo­gia, nem todos os pro­je­tos da Cury têm opção de estú­dios. A cons­tru­tora sem­pre leva em con­si­de­ra­ção a loca­li­za­ção, o per­fil dos com­pra­do­res e a demanda da região para defi­nir se é inte­res­sante ou não ofe­re­cer essa opção — comenta o gerente Comer­cial Rio de Janeiro e São Paulo da empresa, Adri­ano Affonso, res­sal­tando que o estú­dio se ade­qua a pro­je­tos de médio padrão e do seg­mento eco­nô­mico.

Exem­plos disso são os dois últi­mos lan­ça­men­tos da empresa na região do Porto: o Mirante da Gua­na­bara, de médio padrão, total­mente ven­dido em três meses, e o Hei­tor dos Pra­ze­res, enqua­drado no MCMV, que teve mais de 300 ven­das em menos de sete dias após o lan­ça­mento.

A Living pre­tende lan­çar em par­ce­ria com a Cury, ainda no segundo semes­tre deste ano, um empre­en­di­mento na região por­tu­á­ria com mix de uni­da­des, entre elas, estú­dios. Para o supe­rin­ten­dente da cons­tru­tora, Alain Deveza, o local é “per­feito” para rece­ber essa tipo­lo­gia.

— Será a pri­meira vez que vamos inves­tir em um pro­jeto de médio padrão com estú­dios, e essa deci­são foi base­ada prin­ci­pal­mente na loca­li­za­ção. A região tem boa infra­es­tru­tura de mobi­li­dade e faci­li­dade de acesso — afirma.

Barra ganha o pri­meiro pro­jeto com estú­dios

Retro­fit de torre pro­je­tada por Nie­me­yer levou em conta a falta de opções no bairro

Cerca de 95% das 448 uni­da­des do Nie­me­yer 360°, na Barra da Tijuca, serão estú­dios que podem ter o ambi­ente divi­dido em sala e quarto se for desejo do cli­ente. O empre­en­di­mento é retro­fit de um pro­jeto icô­nico do arqui­teto Oscar Nie­me­yer, que estava aban­do­nado com obras inter­rom­pi­das desde a década de 1980.

A torre em for­mato cir­cu­lar foi adqui­rida pela Capi­tal 1 Inves­ti­men­tos Imo­bi­li­á­rios, que vai trans­for­mála em edi­fí­cio resi­den­cial. A deci­são de ofe­re­cer estú­dios tam­bém levou em conta o fato de não haver con­cor­rên­cia dessa tipo­lo­gia no bairro: o pro­jeto será a única opção de estú­dios na Barra. A empresa levou em conta ainda a loca­li­za­ção.

— O ponto é exce­lente para alu­guel de curta tem­po­rada. Fize­mos um estudo de ren­ta­bi­li­dade que ates­tou que os resul­ta­dos podem ser exce­len­tes para os inves­ti­do­res — afirma o sócio-admi­nis­tra­dor da Capi­tal1, Anto­nio Osó­rio Filho.

O estudo foi con­du­zido pela Lobie, star­tup imo­bi­li­á­ria que admi­nis­tra con­do­mí­nios e uni­da­des para loca­ção por assi­na­tura ou diá­rias, que auxi­lia a Capi­tal 1 nas ven­das do Nie­me­yer 360°.

— Os empre­en­di­men­tos no Cen­tro do Rio, com tic­kets mais bai­xos e ali­nha­dos ao mer­cado de turismo e negó­cios da região, têm pro­je­ções de ren­di­mento líquido anual de R$ 51 mil. Nas uni­da­des na Barra da Tijuca, a pro­je­ção é de R$ 71 mil anu­ais e valo­ri­za­ção real de 34% nos pró­xi­mos dez anos — explica o CFO da Lobie, Vic­tor Tulli.


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