OLX deixa de ser só ‘bre­chó online’ para virar líder de anún­cio imo­bi­li­á­rio

em O Estado de São Paulo, 26/julho

Empresa fatu­rou no ano pas­sado, pela pri­meira vez no País, R$ 1 bilhão; virada come­çou em 2020 com aqui­si­ção do Grupo Zap, o número 1 na publi­ci­dade de imó­veis.

O Grupo OLX é reco­nhe­cido como a pla­ta­forma de revenda de pro­du­tos usa­dos. Com inves­ti­men­tos de milhões em mar­ke­ting nos últi­mos 14 anos, a empresa se tor­nou sinô­nimo de desa­pe­gar de coi­sas que os con­su­mi­do­res não usam mais. Em 2020, porém, a empresa deu um passo impor­tante na expan­são dos negó­cios, ao adqui­rir o líder do mer­cado de anún­cios de imó­veis, o Grupo Zap, em uma ope­ra­ção de R$ 2,9 bilhões.

O Grupo OLX é reco­nhe­cido como a pla­ta­forma de revenda de pro­du­tos usa­dos. Com inves­ti­men­tos de milhões em mar­ke­ting nos últi­mos 14 anos, a empresa se tor­nou sinô­nimo de desa­pe­gar de coi­sas que os con­su­mi­do­res não usam mais. Em 2020, porém, a empresa deu um passo impor­tante na expan­são dos negó­cios, ao adqui­rir o líder do mer­cado de anún­cios de imó­veis, o Grupo Zap, em uma ope­ra­ção de R$ 2,9 bilhões.

A empresa, con­tro­lada pela noru­e­guesa Shibs­ted e pelo grupo sul-afri­cano Nas­pers, pas­sou a ser dona tanto do por­tal Zap quanto da pla­ta­forma Viva Real e hoje tem mais de 7 milhões de anún­cios de casas e apar­ta­men­tos no País. Cri­ada em 2006 na Argen­tina, a OLX está no Bra­sil desde 2010. No ano pas­sado, pela pri­meira vez, a empresa alcan­çou a marca de R$ 1 bilhão em fatu­ra­mento no País.

Mar­cos Leite, que já foi o dire­tor-geral de imó­veis do Grupo OLX e hoje lidera mar­ke­ting e recei­tas, afirma que a empresa cres­ceu tanto orga­ni­ca­mente quanto por meio de aqui­si­ções. Antes do Zap, a com­pa­nhia já havia feito a fusão com a pla­ta­forma de com­pra e venda online Bom Negó­cio, até então uma das prin­ci­pais con­cor­ren­tes.

No mer­cado de imó­veis, a aqui­si­ção mais rele­vante, além do Grupo Zap, foi a da empresa Soh­tec, em 2022. A star­tup desen­vol­veu fer­ra­men­tas digi­tais para dar mais efi­ci­ên­cia às imo­bi­li­á­rias em ati­vi­da­des como ges­tão de cli­en­tes em poten­cial e garan­tia loca­tí­cia, que subs­ti­tui a figura do fia­dor em con­tra­tos de alu­gu­éis. A pla­ta­forma hoje se chama Zap Way.
No mer­cado de imó­veis, a aqui­si­ção mais rele­vante, além do Grupo Zap, foi a da empresa Soh­tec, em 2022. A star­tup desen­vol­veu fer­ra­men­tas digi­tais para dar mais efi­ci­ên­cia às imo­bi­li­á­rias em ati­vi­da­des como ges­tão de cli­en­tes em poten­cial e garan­tia loca­tí­cia, que subs­ti­tui a figura do fia­dor em con­tra­tos de alu­gu­éis. A pla­ta­forma hoje se chama Zap Way.

Enquanto a OLX ofe­rece a pos­si­bi­li­dade de anun­ciar pro­du­tos gra­tui­ta­mente, os posts no site e no apli­ca­tivo da Zap fei­tos por imo­bi­li­á­rias são pagos. Com essa estra­té­gia, a empresa con­quis­tou um grande número de usu­á­rios inte­res­sa­dos em com­prar e reven­der pro­du­tos, bem como as empre­sas, que que­rem estar onde seus con­su­mi­do­res estão.
“Hoje a gente se con­so­lida como uma empresa que tem mais de 3 milhões de ven­de­do­res pes­soas físi­cas para ven­der coi­sas usa­das”, diz Leite. Ele afirma que a empresa tem mais de 60 milhões de usu­á­rios por meio das pla­ta­for­mas e mais de 350 milhões de ses­sões todos os meses.

Além disso, diz ele, a com­pa­nhia está hoje com 28% de mar­gem de lucro (Ebitda) – resul­tado do lucro antes de juros, impos­tos, depre­ci­a­ção e amor­ti­za­ção em rela­ção à receita líquida de uma empresa.

O exe­cu­tivo diz que, como grande parte dos imó­veis no País é com­prada com finan­ci­a­men­tos ban­cá­rios, outra frente de ren­ta­bi­li­dade impor­tante para o negó­cio da Zap é a cone­xão entre a pla­ta­forma de anún­cios e os ban­cos. Por essas indi­ca­ções, a empresa recebe um por­cen­tual da con­tra­ta­ção do finan­ci­a­mento.

No negó­cio imo­bi­li­á­rio, Zap enfrenta a con­cor­rên­cia de nomes conhe­ci­dos no mer­cado, como Quin­to­An­dar e Loft. Por isso, a OLX con­ti­nua a inves­tir no cres­ci­mento dessa uni­dade de negó­cio e pla­neja ofe­re­cer novas tec­no­lo­gias para faci­li­tar a rotina das imo­bi­li­á­rias e dos cor­re­to­res, assim como aumen­tar a taxa de con­ver­são de ven­das de casas e apar­ta­men­tos.
Com isso, a área de dados, Data­Zap, deve ter novi­da­des para aju­dar a pre­ci­fi­car os imó­veis e tam­bém para os con­su­mi­do­res sabe­rem quanto custa, em média, uma casa ou apar­ta­mento na região onde que­rem morar. Os dados serão gera­dos com o uso de inte­li­gên­cia arti­fi­cial, que tam­bém é apli­cada para iden­ti­fi­car anún­cios dupli­ca­dos. “Nos pró­xi­mos cinco anos, vemos um poten­cial muito grande de tri­pli­car a receita da empresa no Bra­sil. Fren­tes impor­tan­tes são novos empre­en­di­men­tos e finan­ci­a­men­tos de imó­veis e de car­ros, além de abrir novos negó­cios. Há opor­tu­ni­da­des em imó­veis, auto­pe­ças, agro­ne­gó­cios, ser­vi­ços e paga­men­tos digi­tais, com o Garan­tia OLX (antigo OLX Pay)”, afirma Leite. A mar­gem de lucro obtida pelo Grupo OLX está ligada a fato­res como não ter esto­ques de pro­du­tos ou gran­des cen­tros de dis­tri­bui­ção, como acon­tece com as vare­jis­tas. Fora os imó­veis, 75% de todos os anún­cios da pla­ta­forma hoje são de pro­du­tos das cate­go­rias ele­trô­ni­cos e celu­la­res, moda e beleza, arti­gos para casa e itens de esporte.

Esses pro­du­tos são de con­su­mi­do­res que uti­li­zam a pla­ta­forma para encon­trar com­pra­do­res e, even­tu­al­mente, pagam para des­ta­car os anún­cios para o público-alvo mais ade­quado, gerando lucra­ti­vi­dade ao negó­cio.

A pro­fes­sora de mar­ke­ting da FGV Lilian Car­va­lho afirma que o uso de dados para des­ta­car anún­cios para os con­su­mi­do­res mais ade­qua­dos para cada pro­duto, prá­tica que faz parte da ten­dên­cia cha­mada retail media (mídia de varejo), é uma forma efi­caz de encon­trar com­pra­do­res ou de for­ta­le­cer o reco­nhe­ci­mento da marca com os poten­ci­ais con­su­mi­do­res.

“Vemos um poten­cial muito grande de tri­pli­car a receita da empresa no Bra­sil. Há opor­tu­ni­da­des em imó­veis, auto­pe­ças, agro­ne­gó­cios, ser­vi­ços e paga­men­tos digi­tais”.