Plantas distintas dividem espaço nos novos projetos

em O Globo / Morar Bem, 6/outubro

Tipologias variadas mesclam estúdios e apartamentos de um, dois e três quartos nos lançamentos recentes do segmento econômico.

Já foi o tempo em que os prédios eram destinados a um público definido. As plantas modernas contemplam no mesmo empreendimento unidades maiores para famílias numerosas, estúdios e quarto e sala, para quem vive sozinho. Diversificar as unidades em tamanho, preço e tipologia impacta diretamente as vendas. No segmento econômico, os tradicionais projetos que abrigavam somente unidades de dois quartos estão dando lugar a um mix variado que atende a todos os gostos e bolsos.

A CTV vai lançar ainda neste mês seu primeiro projeto com apartamentos de um, dois e três quartos e cobertura no Engenho de Dentro: o Sunny, que compreende uma torre com dez unidades por andar, segundo Bruno Camargo, gerente Comercial da construtora.

As características da região, com diferentes perfis de moradores e de faixas de renda, foram fundamentais para a empresa apostar na diversificação das plantas. O condomínio terá 127 unidades, 70% delas enquadradas no Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a partir de R$ 240 mil, e 30% no SBPE, da Caixa, acima de R$ 360 mil.

— Esse projeto faz parte de uma nova fase de expansão da CTV, que era mais conservadora nesse sentido e só implementava, até então, projetos-padrão com dois quartos, que é a tipologia mais vendida. Agora, vai apostar nesse diferencial de mix daqui para a frente — afirma Camargo. Ele acredita que, por atender diversos públicos, a diversificação de plantas terá impacto positivo nas vendas.

O atendimento a diversos perfis de famílias também é uma estratégia adotada pela Cury Construtora nos últimos empreendimentos que já lançou na região portuária. A empresa repetiu a fórmula no Alto São Cristóvão, lançado em março de 2021. O projeto abriga estúdios e unidades de um e dois quartos.

—O empreendimento teve grande aceitação, e todas as unidades foram vendidas rapidamente. Era uma percepção que se confirmou em pesquisas de mercado, primeiramente, e depois com o sucesso do lançamento. Na verdade, a tipologia ideal é aquela que mais se adequa ao estilo de vida do cliente — diz Adriano Affonso, gerente geral Comercial da Cury.

Os critérios para a decisão de optar ou não pelo mix de unidades são a localização do terreno e o melhor aproveitamento da área, o que vai definir o número e o tamanho dos apartamentos, tornando o projeto mais competitivo, segundo Affonso.

— Os próximos dois lançamentos terão esse perfil: o The Píer, ao lado das barcas, no Centro de Niterói, e o Metropolitan Dream, que fica ao lado do Shopping Metropolitano. Temos certeza de que serão cases de sucesso.

A W3 Engenharia também acredita que o perfil da região é fundamental para a decisão de apostar em um mix de unidades nos empreendimentos. O Cores do Rio, primeiro projeto do programa Reviver Centro, e o Cores de Fátima têm apartamentos tipo estúdio e de um e dois quartos. O Cores da Tijuca tem também unidades tipo garden.

— Optamos por unidades mais compactas nesses empreendimentos para atender o público que busca unidades mais adequadas às suas necessidades e que têm um custo mensal fixo mais barato.

O Residencial Mauá, lançado pela MRV recentemente no bairro de Vista Alegre, em São Gonçalo, conta com três tipologias distintas: apartamentos de um quarto, dois quartos simples e dois quartos tipo garden, para atender famílias, pessoas solteiras e casais sem filhos em busca de espaços funcionais. Outro exemplo é o residencial Torres do Méier, onde há plantas de dois quartos simples, dois quartos com varanda e dois quartos com suíte e varanda. Todas as unidades estão enquadradas no MCMV.

— Esses projetos são exemplos de como a diversificação das plantas dos empreendimentos pode atender a diferentes demandas habitacionais e, consequentemente, acelerar as vendas — diz o diretor Comercial e de Crédito da MRV, Leonardo Tocci.

Conceito já é consolidado no médio padrão

Nesse segmento do mercado, as tipologias mais comuns são as de dois e três quartos

Em empreendimentos de médio padrão, a diversificação já é uma realidade faz um tempo. No Only By Living, no Cachambi, a marca do Grupo Cyrela apostou em unidades de dois, três e quatro quartos, além de coberturas duplex. Agora, a empresa quer levar esse conceito para os projetos econômicos tocados pela Vivaz, do mesmo grupo.

— Temos expectativas de fazer novos lançamentos na Zona Norte no ano que vem e estamos discutindo a possibilidade de oferecer apartamentos de um, dois e até três quartos. Achamos que, no segmento econômico, esse tipo de projeto reúne um público com média de renda parecida. Isso é importante para pensarmos no empreendimento como um todo — explica o gerente geral da Living e da Vivaz, Alain Deveza.

A Avanço Realizações Imobiliárias, que também tem no portfólio lançamentos de médio padrão na Zona Norte, apostou em unidades de dois e três quartos nos lançamentos mais recentes, como o Now Plus Méier.

— Mantivemos essas duas tipologias por entender que se adequavam mais ao perfil dos moradores da região. As unidades de quatro quartos não seriam tão bem aceitas, porque têm um ticket mais alto para os padrões do bairro — argumenta o gerente de Marketing da empresa, Fernando Nabuco.


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