Saiba tudo sobre a Comunidade do Aço, condomínio lançado por Lula

em Diário do Rio, 30/junho

Comunidade do Aço terá 44 blocos de apartamentos com 16 unidades, com 704 unidades no total. O empreendimento possui Certificação Ambiental do Banco Mundial. que só os novos prédios de alto padrão do Golfe Olímpico possui e do Aço é mais alta.

O Prefeito Eduardo Paes e o Presidente Lula inauguraram, neste domingo, a primeira fase das obras da Comunidade do Aço, um dos locais com o menor índice de desenvolvimento humano do Rio de Janeiro. É uma comunidade que nasceu de um assentamento provisório precário que foi feito emergencialmente pelo governo do estado após uma inundação, há 60 anos, e nunca mais foram realocaram as famílias para um local digno.

O empreendimento consiste na construção de 44 blocos de apartamentos com 16 unidades por bloco, totalizando 704 unidades, com previsão de entrega total em maio de 2026. Além dos apartamentos, está previsto a construção de um reservatório de 3,3 milhões de litros de água potável, mais de 9 km de redes de água potável, uma elevatória de esgotos, 6 km de redes de esgoto, 8 km de redes de drenagem, 2 km de ciclovias, 37.000 m2 de calçadas e o plantio de 16.000 mudas de árvores.

Os apartamentos possuem uma área de 55 m2, 30% maior que uma unidade padrão do programa minha casa minha vida (42 m2 na média), propiciando amplitude e conforto, e são dispostos em blocos de 4 pavimentos com 4 apartamentos por andar. As construções foram todas modeladas em BIM (Building information modelling), tecnologia de ponta para agilizar os projetos e minimizar as não conformidades de obra, tudo tridimensionalmente. Nessa metodologia, é realizada uma construção virtual idêntica à real e com todas as informações necessárias para a obra.

Um grande diferencial deste projeto é o conceito de realocação na mesma microárea, ao invés de remoção das famílias ou desapropriação das casas. Isso, contudo, gera um alongamento das intervenções, porque é preciso construir diversos prédios, transferir as pessoas para as novas unidades, demolir as construções antigas e construir um novo ciclo de prédios no lugar. Seguem imagens ilustrativas do fluxo planejado:

“Esse projeto é um SIM CITY da vida real” afirma Vinicius Benevides Diretor Operacional da Dimensional Engenharia e Responsável técnico pelas obras. Hoje a obra está em pleno primeiro ciclo, com a construção dos primeiros 18 prédios. Atualmente, estão prontos 3 prédios (48 unidades), com um prédio de 16 unidades totalmente mobiliado. Já estão finalizadas as estruturas de 288 unidades, com previsão de entrega aos beneficiários para o final deste ano. Cabe lembrar que as últimas licen

Hoje a obra está em pleno primeiro ciclo, com a construção dos primeiros 18 prédios. Atualmente, estão prontos 3 prédios (48 unidades), com um prédio de 16 unidades totalmente mobiliado. Já estão finalizadas as estruturas de 288 unidades, com previsão de entrega aos beneficiários para o final deste ano. Cabe lembrar que as últimas licenças que autorizaram o início das obras foram obtidas em setembro de 2023 (há 9 meses).

Obras em Junho de 2024

O maior destaque é que as intervenções estão sendo Certificadas Ambientalmente. Está se buscando algo totalmente inédito no Brasil em Habitação de Interesse Social e em urbanização de comunidades, que são 4 Certificações Ambientais diferentes. Os prédios serão certificados com o selo internacional EDGE, mantido pelo grupo do Banco Mundial, e com o selo GBC Condomínio, do Green Building Council, maior certificador ambiental de ativos imobiliários do mundo. Na urbanização, buscam-se os selos LEED para Comunidades e LEED ND (desenvolvimento de vizinhança), que são certificados de bairros planejados com sustentabilidade em todos os seus horizontes.

Na parte dos prédios, os auditores terceirizados avaliam, entre outros, a eficiência dos edifícios em relação ao consumo de energia, de água e de carbono incorporado aos materiais, bem como o conforto, a saúde e o bem-estar dos futuros moradores, além do baixo impacto ambiental das construções e o elevado impacto social para seu entorno.

Na parte de urbanização, são avaliadas a acessibilidade, a arborização, o manejo das águas das chuvas, as larguras das calçadas, a integração com malha cicloviária e modais de transportes, entre outros aspectos. Para definir a altura de implantação dos prédios, foi feita uma simulação do comportamento das enchentes com uma chuva de tempo de recorrência de 200 anos.

A empresa já obteve a Certificação Ambiental EDGE da etapa de projeto, que atesta que as unidades habitacionais possuem uma eficiência 64% maior em energia, 37% em consumo de água e 39% menos carbono incorporado nos materiais utilizados em relação à uma edificação convencional. Isso significa, além de menor impacto ambiental e economia de recursos naturais, um custo de vida muito menor para os futuros moradores, com economias significativas nas contas de consumo.

Para atingir esse desempenho, foram adotadas estratégias como geração de energia solar, todas as lâmpadas em LED, chuveiros e torneiras com restritores de vazão, descargas de duplo fluxo, janelas maiores para aumentar a iluminação natural e com folhas triplas para aumentar a ventilação natural, materiais de alta refletância solar nas faixadas e isolamentos térmicos na cobertura. A usina solar irá fornecer energia para as áreas comuns e para abater aproximadamente 60% do valor da conta de energia dos moradores.

Para se ter ideia do ineditismo de aplicar esta certificação em uma habitação popular, no Rio de Janeiro apenas os prédios de altíssimo padrão – com apartamentos custando milhões de reais -que estão sendo construídos ao lado do campo de golfe olímpico na Barra da Tijuca possuem o certificado EDGE da etapa de projeto. Mas, os prédios da comunidade do aço foram certificados no nível mais avançado, enquanto os da Barra alcançaram um nível inferior.

“Importante lembrar que a Certificação Ambiental é uma concepção imensamente mais profunda do que apenas painéis solares e reuso da água da chuva, impacta de forma mais ampla o meio-ambiente e a sociedade. Na realidade, um empreendimento verde acreditado é muito aderente aos preceitos ESG – Enviroment, Social and Governance. Então, em um imóvel com certificação ambiental, há a certeza de que aquela construção é totalmente aderente às leis, recolheu os impostos aplicáveis, resguardou o meio-ambiente e cuidou de sua força de trabalho, tanto assinando suas carteiras, como cuidando de sua saúde, segurança e desenvolvimento pessoal e profissional“, afirma Benevides.

“-Adicionalmente, há a preocupação com todo o ciclo de vida da edificação, com a diminuição dos custos de Operação & Manutenção, bem como a preocupação com a saúde dos futuros usuários e com a redução de emissões ao longo do pós-obra. Os impactos positivos para as partes interessadas e para a sociedade justificam esse esforço adicional de se buscar a certificação, sendo a construção certificada genuinamente uma obra ESG” completa o engenheiro responsável pelas obras.

Em suma, a Dimensional quebra paradigmas com o empreendimento da Comunidade do Aço, ao demonstrar que é possível construir um empreendimento residencial no segmento econômico com certificação ambiental, validando por terceira parte a excelência em saúde, conforto e bem-estar das edificações, e acaba com o dogma de que este conceito seria restrito aos segmentos comerciais e residenciais de alta renda.

Ainda no tocante ao meio-ambiente, também é importante destacar que a obra da comunidade do aço é Carbono Neutra, isto porque a construtora voluntariamente contabiliza todas as suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), através do Programa GHG Protocol mantido pela Fundação Getúlio Vargas, desde 2020, e compensa todas as emissões excedentes com créditos de Carbono do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da ONU, tornando a empresa e esta obra Carbono Neutras.


Ver online: Diário do Rio