Áreas esportivas estão em alta nos novos empreendimentos imobiliários

em A Tribuna, 11/outubro

Academias e espaços dedicados à atividade física conquistam moradores e trazem novos desafios para a administração condominial.

Cada vez mais modernas e com serviços diversificados, as áreas de esporte em condomínios desempenham um papel importante para o bem-estar e qualidade de vida dos moradores. Porém, com empreendimentos cada vez maiores, é importante cuidar da gestão esportiva nos edifícios.

“A área de lazer em geral é muito requisitada. Um condômino hoje não compra um apartamento, em área nobre, se não tiver varanda gourmet, salão de festas, salão de jogos e uma boa academia e uma piscina. Hoje, isso é fundamental para ter sucesso nas vendas de um empreendimento. Dificilmente, uma construtora irá entregar um prédio que não tenha áreas de lazer e esportiva”, afirma o sócio-proprietário da Engeplus, Roberto Luiz Barroso Filho.

Segundo ele, é preciso ter uma academia grande e bem equipada, que comporte o público do empreendimento. “Os equipamentos também devem ser de qualidade para evitar problemas de manutenção, já que os condôminos usam cada vez mais esses locais devido à praticidade”, destaca o empresário.

“As áreas esportivas trazem maior valorização para o condomínio, então as construtoras estão investindo nisso”, concorda a advogada Mayara Prado, especialista em Direito Condominial e responsável em Santos pela Administradora Manager. “Antigamente, só víamos uma quadra poliesportiva para jogar um futebol, vôlei ou basquete, agora estamos vendo outras modalidades, com quadras de squash, paddle, tênis, bocha... Hoje nós temos academias em condomínios que são muito melhores do que algumas particulares”.

Ela destaca, no entanto, que academias e áreas esportivas em condomínios precisam ter regras para funcionar. E a gestão esportiva é importante, valoriza o condomínio e é muito viável. Basta olhar o perfil do condomínio e as áreas que ele tem, para fazer um projeto”, orienta a especialista.

Segundo ela, essas áreas são abertas para o uso de todos os condôminos e podem ser limitadas ou proibidas para visitantes, dependendo de cada condomínio. “Isso pode ser feito com fitas de identificação retiradas na portaria, através de biometria e regras de horário”, explica Mayara. “Há também muitas piscinas com raia olímpica para natação, com alongamento, com hidro e algumas permitem visitantes. Então, isso é bom e pode ser controlado por pulseira”. Ela lembra, por exemplo, que, dependendo do tamanho da piscina e do fluxo de pessoas, é preciso também um bombeiro acompanhando a utilização desses espaços nos condomínios-clube.

“Eu recomendo que os síndicos façam enquetes com os moradores para saber a opinião e preferência quanto a modalidades, horários e aulas experimentais, por exemplo. As enquetes funcionam muito para conseguir entender a demanda de quem mora no edifício”, garante a especialista.

Suor para administrar

A contratação de uma gestão esportiva em condomínios pode transformar a rotina dos moradores e valorizar o patrimônio. Esse tipo de assessoria, além de levar comodidade e ótimo custo-benefício aos moradores, incentiva a prática de atividades físicas, impactando diretamente na saúde.

“Quando a adesão (ao uso de academias e áreas esportivas) é muito grande, o condomínio paga e coloca a gestão esportiva dentro da previsão orçamentária, isso é o mais indicado”, explica Mayara Prado, advogada especializada em Direito Condominial.

Ela afirma que também é possível oferecer o serviço de pay per use, um sistema que permite aos moradores de um condomínio contratar serviços de forma individualizada, pagando apenas pelo que utilizam.

“No pay per use, cada um paga o que usa, mas isso gera um desestímulo, porque ele acaba procurando alguma academia fora do condomínio. Quando o custo do serviço é diluído por todos, fica muito mais barato e você estimula pessoas a utilizarem mais os produtos dentro do condomínio. Essas decisões todas precisam ser aprovadas em assembleia”, explica Mayara.

E aí o condomínio ganha. Geralmente, os exercícios físicos propostas pelas empresas de assessoria esportiva estimulam a interação social, fazendo vizinhos se aproximarem.

“No catálogo de pay per use, há professor de natação, personal trainer, mas as aulas coletivas (como dança, ioga e alongamento) são muito indicadas para condomínios, pois elas integram os vizinhos. Quando você conhece seu vizinho, a probabilidade de você brigar com ele é menor”, avalia a especialista.

“A principal dica é entender o que os condôminos querem. Muitas vezes, algumas regras entram em conflito com o que o morador deseja. Por exemplo, uma quadra usada até a madrugada faz barulho e prejudica o sossego, ou uma academia que abre muito tarde, porque é limpa de manhã, mas tem moradores que querem treinar cedo antes de trabalhar”, enumera Mayara.

Tecnologia

O uso da tecnologia também é uma das recomendações da especialista para uma boa gestão de academias e áreas esportivas em condomínios.

“A segunda dica é utilizar tecnologia através de aplicativos que reservam a academia a cada hora, onde seja possível também contratar um personal trainer, ioga, alongamento... Hoje a tecnologia está na palma da mão e ajuda o morador a ter essa autonomia de saber o que está à disposição e o que ele pode contratar”, avisa Mayara, que finaliza: “A terceira dica é ter gestores modernos e antenados ao mercado, que acompanhem o que vem sendo feito em condomínios grandes em outras cidades. Quanto mais novidade, tecnologia e organização tiver o condomínio, mais valorizado ele vai ser. A gestão esportiva com certeza é um dos pilares para que isso aconteça”, completa ela.


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