Comprar ou alugar? 70% dos brasileiros acreditam que ter casa própria é melhor

em Exame, 17/julho

Pesquisa do Grupo OLX levantou as principais crenças da população sobre a negociação de imóveis.

O que é mais vantajoso: comprar a casa própria ou morar de aluguel? O debate é um clássico do mercado imobiliário brasileiro, tanto entre especialistas quanto entre possíveis compradores. Existe, no entanto, uma opinião que prevalece: 70% dos brasileiros acreditam que adquirir um imóvel é a melhor opção.

A conclusão é da pesquisa “Mitos e verdades sobre o setor imobiliário”, do Grupo OLX, que entrevistou 300 pessoas em todas as regiões do Brasil, com índice de confiança de 95% (veja metodologia abaixo).

Ainda assim, é difícil cravar qual das duas opções é a ideal – depende de cada caso. “Sabemos que, no Brasil, ter a casa própria é um sonho e representa segurança, mas não podemos concluir que é verdade absoluta que comprar é mais vantajoso que alugar”, afirma Rafael Nader, vice-presidente de imóveis do Grupo OLX.

Nader afirma que existem alguns fatores a se considerar, como:

  • Capacidade de pagamento e financiamento;
  • Disposição de recursos líquidos;
  • Potencial de valorização daquele imóvel específico;
  • Capacidade de rentabilização dos investimentos financeiros,
  • Taxa de juros atual e futura
  • E, principalmente, a expectativa sobre uso do imóvel: necessidades e desejos de adaptações e reformas, custos indiretos.

“De qualquer forma, é fundamental que quem busca um imóvel esteja muito bem informado para tomar decisões bem fundamentadas, considerando tanto necessidades e quanto oportunidades disponíveis”, diz.

Imóvel na planta é mais barato?

Outra crença comum entre os brasileiros é de que é mais barato comprar um imóvel na planta: 57% dos respondentes da pesquisa acreditam nessa afirmação. Nesse caso, novamente é preciso avaliar antes de ter uma resposta definitiva.

“Embora os imóveis na planta possam ser uma ótima opção e apresentem boas condições de pagamento parcelado antes da entrega, tendendo a valorizar durante a obra, é preciso avaliar todas as etapas e custos envolvidos no processo”, explica Nader.

Entre os contrapontos, o comprador não pode usufruir do imóvel até a entrega, que muitas vezes demora mais de três anos. Durante o período, é preciso arcar com as parcelas do novo imóvel e com as contas do antigo. “Ao mesmo tempo, há imóveis usados que têm valores de metro quadrado inferiores, e que também podem se valorizar conforme o mercado aquece.”

Vale a pena antecipar as parcelas do financiamento?

Entre os entrevistados, 85% acredita que é melhor antecipar o pagamento das parcelas. Para o VP da OLX, a percepção é correta principalmente em um cenário onde os juros do financiamento são mais altos que o rendimento das aplicações do comprador. Sendo assim, o total pago de juros será menor se o novo proprietário quitar a dívida em menos tempo.

“No entanto, antes de decidir fazer a antecipação dos pagamentos, ou mesmo redução do saldo devedor, é fundamental entender as condições para esse abatimento e a viabilidade disso diante da capacidade de pagamento da família.”

As parcelas do financiamento têm que ser de até 30% da renda?

Para 72% dos respondentes é verdade que as parcelas não devem ultrapassar um limite de 30% da renda familiar – e essa também é a recomendação de especialistas do setor. Quem decide a porcentagem, no entanto, é a instituição que concede o crédito.

“Ao definir as condições para oferecer o financiamento imobiliário, os bancos analisam o perfil do comprador e, consequentemente, sua capacidade de pagamento das parcelas. É isso que vai limitar tanto o valor concedido quanto as condições para sua quitação. Vale destacar também que, como a análise é feita considerando a renda familiar, é possível adquirir o imóvel em conjunto com o parceiro, o que contribui na composição da renda para conseguir melhores condições.”

Metodologia do estudo da OLX

O estudo foi encomendado pelo Grupo OLX e realizado por meio da plataforma da MindMiners, entre os dias 15 e 21 de maio de 2024. A amostra foi de 300 pessoas residentes de todo o Brasil, de diferentes gêneros, idades e classes sociais. O nível de confiança do estudo é de 95% e a margem de erro fica em torno de 5%.


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