Cyrela, TIM e Marcopolo entram na lista de ações para outubro

em Valor Econômico, 2/outubro

Seleção continua com viés conservador, mas traz novidades que vão além dos setores financeiro e de commodities.

As ações da Vale e as da Petrobras ficaram empatadas com as da construtora Cyrela entre as mais indicadas para investir em outubro, segundo as recomendações das corretoras que compõem a Carteira Valor. Apesar de seguir majoritariamente conservadora, com companhias de commodities e financeiras na maioria das recomendações, a seleção também foi apimentada com uma empresa de telecomunicações e uma fabricante de ônibus, além da construtora.

Vale, Petrobras e Cyrela foram indicadas por quatro corretoras cada uma. O setor de commodities avançou para a liderança da lista, de três para quatro recomendações: além de Vale e Petrobras, entraram Gerdau e Suzano, com duas indicações cada uma, e Vibra saiu.

O setor financeiro caiu para o segundo lugar, de cinco para três recomendações. Banco do Brasil continuou como favorito, com três indicações. Itaú seguiu na lista e entrou a Itaúsa, com duas recomendações cada. Também do setor, deixaram a carteira o Bradesco, o BTG e a BB Seguridade.

Tanto o setor financeiro quanto o de commodities são considerados mais conservadores pelos analistas. O de commodities conta com empresas exportadoras, que não se expõem muito ao mercado local. Já os bancos são considerados eficientes, sólidos e tendem a ter menos volatilidade tanto em períodos de alta quanto de baixa da bolsa.

Fora desses segmentos, a Carteira Valor foi apimentada com as ações da Cyrela, da empresa de telecomunicações TIM e da fabricante de ônibus Marcopolo, com três indicações cada uma.

A Cyrela entrou na seleção porque é uma incorporadora e construtora de imóveis residenciais com presença significativa no país, além da Argentina do Uruguai, diz Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos. “Ainda que os juros elevados dificultem a aceleração da retomada do setor, acreditamos no potencial de subida da receita impulsionado pelo desempenho operacional, especialmente pela melhoria da margem bruta devido ao lançamento de projetos mais rentáveis em 2025”, afirma.

A TIM entrou porque está com melhores indicadores contábeis que a concorrente Vivo, afirma a CM Capital. Ainda, diz a instituição, é a única do setor listada no Índice de Governança Novo Mercado. “A TIM tem se mostrado bastante estável e, inclusive, está aumentando o pagamento de proventos”, acrescenta a equipe.

A Marcopolo entrou porque a gerência recentemente declarou que as margens do negócio poderiam se expandir, com ganhos de eficiência em materiais e processos de produção, afirma a Ágora. A casa acrescenta que a ação ainda está sendo negociada com um enorme desconto de mais de 50% em relação à média histórica.

Alguns analistas acham que a alta de juros no país não impedirá o avanço da bolsa. A análise é que o corte de juros nos Estados Unidos pode abrir espaço para esse avanço, com a retomada dos investimentos dos estrangeiros e os estímulos à economia da China.

A Carteira Valor caiu 3,29% no mês passado, ante uma baixa de 3,08% do Ibovespa. No ano até o mês passado, perde 8,22%, contra prejuízo de 1,77% do principal índice da bolsa. Em 12 meses até setembro, acumula alta de 4,89%, ante avanço de 13,08% do Ibovespa.

As ações são indicadas pelas instituições participantes. Cada uma indica cinco papéis. Calcula-se mensalmente a rentabilidade da carteira com base na média da variação simples das ações.

Compõem a Carteira Valor as corretoras Ativa, Ágora, BB Investimentos, CM Capital, Genial, MyCap, Nova Futura, Pagbank, Planner, Safra, Santander, Terra Investimentos e XP Investimentos.


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